Reformar, fazer sinergias nos serviços públicos. Não! Jamais!

 PÚBLICO Domingo,30 de Maio de 2021 (Augusto Küttner)

 

 

Já sabíamos que temos ideias de mudar, mas não passam disso, dado que já por cá andarmos há uns tempos.

Contudo nas primeiras duas décadas pós-25 de Abril parecia que o “paradigma” – palavra oportuna para estas situações – iria reformar.

 Mas foi pouco tempo, mudou pouco, e tudo retrocedeu a grande velocidade.

A “coisa pública” não é para mexer, é para “empatar” e se possível aumentar “quintais, chefes, chefezinhos, dependências, e sub-dependências”.

Nada de fazer sinergias, de agregar para ser mais fácil de gerir e proporcionar melhores salários a menos, mas com mais oportunidade de fazer muito melhor.

Menos chefes, menos departamentos, mais unificação, menos perca de tempos com muitos dirigentes, tudo mais consolidado, unido e sem divisões se não as “comprovadamente” necessárias.

E se havia “dúvidas” nestes últimos tempos se observa como é completamente impossível remodelar, reformar, numa palavra ”mudar”. Não se mexe. É tal como está que tem que continuar, independentemente de qualquer vantagem em assim continuar. Antes pelo contrário.

Não se pode mexer nas Forças Armadas, não se pode mexer nas forças de segurança, impossível sem imensas reacções “superiores” ou greves, conforme o caso.

(…)

E não se mexe, dado que de “dentro” surge logo a reacção.

Outro “caso” que de quando em quando é abordado e depois de imediato abafado. A diminuição número de Deputados à Assembleia da República – mais pela funcionalidade, que pela despesa pública -  que estão no máximo previsto na Constituição e podiam – deviam -  passar ao mínimo que a  Lei Fundamental , também, prevê

Não. Nem pensar, ora pelos pequenos partidos ficarem sem representatividade, ora por os grandes ficarem, minoritários. E se calhar seria tão vantajoso menos Deputados a ganhar cada um mais, dado que haveria mais dinheiro a distribuir por menos pessoas. E menos dispersão de temas e sub-temas!

Não. Não se mexe. Não é possível. É assim, está assim, não abdico do meu quintal, daqui não saio, daqui ninguém me tira.

(…)

Augusto Küttner

29 DE MAIO 1453: FIM DE UMA FORTALEZA CRISTÃ

 GRAVURA DA TOMADA DE CONSTANTINOPLA

No pôr do sol de 29 de maio de 1453, lá pelas bandas do Oriente, neste tenebroso dia para o mundo ocidental, sob o rufar incessante dos tambores, estava consumado o fim oficial do mais longevo e bem-sucedido poder que o mundo já conheceu: — o Império Romano, levando juntas uma era chamada de Idade Média e toda cultura bizantina.

Constantinopla, que já foi Bizâncio, considerada então a cidade mais protegida que se conhecia, foi conquistada e subjugada pelo sultão otomano Mehmed II, que ficou conhecido pela alcunha de “O Conquistador”.

Passando a ser conhecida por Istambul, hoje a cidade mais importante da Turquia, após ter sido a capital de um poderoso império, chamado de Otomano, que infernizou a vida dos países europeus por longo tempo, tendo dominado as nações balcânicas, e chegado às portas de Viena em duas oportunidades.

O domínio otomano no mar Mediterrâneo obrigou os países europeus, notadamente Portugal e Espanha, a procurarem outras rotas para o oriente, propiciando novas descobertas marítimas, entre elas o Brasil.

Orivaldo Jorge de Araújo

31/05/2021

Goiânia-Goiás- Brasil

O MEL foi fel

 

O Movimento Europa e Liberdade(MEL), promoveu um congresso, 

onde coube a direita, a extrema-direita e o Estado Novo(!). Os discursos dos líderes do CDS e IL foram irrelevantes. Este conclave também foi para dar holofote a André Ventura, que ao entrar na sala até interrompeu o orador. Houve vencedores. Este, que apesar de ser da extrema-direita teve palco. Também Passos Coelho, ali erigido a «salvador da pátria», que quando desgovernou disse que íamos empobrecer, para ficarmos ricos... o resultado está visto. Após 2015, disse que o diabo viria... Será ele o mafarrico? 

Quem ali esteve: IL, PSD, Chega, CDS e defensores do Estado Novo são representantes do capitalismo. Que tem trazido este? Iniquidades sem freio, indigência social, ofensiva contra os trabalhadores assente numa desalmada exploração,... 

A juntar à fidelidade canina da austeridade, que é o programa destes partidos(!). 

Uma historiadora bafienta e saudosa do salazarismo, até citou, Fernando Pessoa para elogiar Salazar e um figurão medíocre na mesma onda teve a ignomínia de branquear o ditador, dizendo que os índices económicos melhoraram (não foi para o Povo que 

comia pão com dentes), e os níveis de analfabetismo, pasme-se!, diminuíram. 

O «submarino», Paulo Portas fez um discurso de pré-candidato à presidência da República. É caso para clamar: Vá de retro satanás! 

O discurso final coube a Rui Rio e reservou-nos uma «pérola»: O PSD não é de direita(!). É do centro. Rio é um péssimo comediante e ao não fazer uma cerca política à extrema-direita, jamais se pode autointitular do centro. 

Haja alguém que lhe diga que está a ser canibalizado pelo Chega, porque o CDS, já foi «comido». 

O maior vencedor foi António Costa, que parece ter sido o cérebro do MEL. Este pela não união foi fel.

O fascismo saiu mais vincado, daí, como é que o PS e Costa vão descalçar esta bota cardada?

                                                          Vítor Colaço Santos 

O DINHEIRO VAI DESAPARECER

 Nunca trabalhar exige grandes talentos. Amo a liberdade, mas não o dinheiro. "O dinheiro não era um desejo de infância." (Freud). Guy Debord, o mentor da Internacional Situacionista, apela à abolição da ordem das coisas reinante e ao fim do trabalho assalariado, rumo a um mundo livre, sem patrões, sem governos, sem exploradores. Hoje estamos perante a "liberdade" ditatorial do Mercado, temperada pelo reconhecimento dos Direitos do Homem espectador e consumista. Estamos perante a poluição planetária, as alterações climáticas, o desastre da saúde pública. Estamos na substituição da linguagem humana pelos computadores mais facilmente controláveis. E até da própria espécie humana por uma outra espécie mais bem adaptada. Cães. Vendilhões. Cegos. Imbecis. Rebanho que compete e pasta. Pelo dinheirinho, sempre a merda do dinheirinho. A merda do vosso dinheirinho vai desaparecer. Com o caos e a grande revolução que aí vem. Para quê sacrifícios, companheiro, companheira? Sacrifica-te para a revolução e deixa-os guerrearem-se entre eles em busca do poder e das pequenas vantagens dos merceeiros, deixa-os andar à porrada por causa da merda da bola. Tolos. Pobres imbecis. Até metem pena.

A história real da democracia passa pelas repúblicas de Atenas e Florença e pelos momentos de revolução dos 3 ou 4 últimos séculos, incluindo naturalmente este. We Want the World and We Want it NOW!

Quando não há pão, até migalhas vão...

 

Foi naqueles países onde as pessoas mais se queixaram de “barriga cheia” -  nomeadamente nesta dupla peninsular -  muito incomodadas porque os turistas tudo atravancavam, que a falta deles, por força duma devastadora pandemia, mais passou a ser chorada.

 

E são tantas e tão grandes as saudades/necessidades que até esporádicas hordas de bêbados, daqueles que o futebol sempre movimenta para todo o lado, passaram a ser desejadas e bem-vindas, recebidas como uma bênção dos céus. Êta mundo maluco!...

 

 

Amândio G. Martins

Sintomatologia perigosa

Quando três “pesos pesados” do PÚBLICO, António Barreto, Pacheco Pereira e Barata-Feyo, este no desempenho das suas funções de Provedor, vêm, no mesmo dia, autenticamente de mãos na cabeça, expressar as suas profundas preocupações relativamente à liberdade de expressão em Portugal, algo vai muito mal. O “pomo da concórdia” é a Lei nº 27/21 (chamada de Carta Portuguesa de Direitos Humanos na Era Digital), que me dispenso de analisar, depois de tão ilustres pensadores a escalpelizarem sob diversos ângulos. Esta lei (ou carta?), pelos vistos, passou incólume pelo escrutínio da maioria dos cidadãos e da comunicação social, dos deputados, dos partidos e até do Presidente da República. Como é possível andarem todos, em simultâneo, tão distraídos? O ponto importante, e é isto que não pode ser escamoteado, é saber se se prepara uma censura oficial em Portugal. Pouco me importa se é da “boa” ou da “má”. É censura, ponto final.

 

A INCRÍVEL BATALHA DO PORTO

Esta história de se permitir a vinda de dezenas de milhar de comprovados arruaceiros britânicos para assistir a um jogo de futebol e passarem o fim de semana no Porto, não lembrava nem ao mais masoquista diabo.

Isto, depois da experiência “dos festejos do Sporting” que nos custaram, supõe-se, a subida da Covid. Mas o exagero dos sportinguistas referidos (a grande maioria deles, assim como de qualquer outro clube português, é gente equilibrada), não tem comparação com o dos britânicos como até ao momento que alinhavamos estas palavras já se viu. Além disso, o pessoal lagarto que exagerou, são nossos compatriotas. Foi um problema interno. Nosso.

A PSP tem uma batalha que já começou a enfrentar, que alguém comprou. Ainda há bocado ouvi Rui Moreira dizer que lamenta o comportamento dos ingleses, mas que nada tem a ver com a sua vinda. Fica então aquilo que, evidentemente, já se sabia; a responsabilidade exclusiva é do Governo.

É verdade que sem alternativa à direita, e convencendo o Zé Povinho que também não a existindo à esquerda, Costa y sus muchachos, dão-se ao luxo de fazerem o que querem. Até disparates como o de Lisboa e agora este no Porto.

Representantes sindicais da Polícia, lamentam que grande parte dela, não esteja sequer ainda vacinada. Portanto, a PSP, é a primeira vítima da desastrada decisão. As outras, as potenciais vítimas de contágio viral incluindo policias, veremos daqui por uns dias.

Francisco Ramalho

O 17º LIVRO

Vilar do Pinheiro, casa. Ouço Led Zeppelin e derivados. "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll". Porto, Púcaros, 2004. O destaque no "Comércio do Porto". O verdadeiro artista da noite. A candidatura à Presidência da República com o apoio do Nélson do "Ribeirinha". Foi lá a SIC. O Nuno Amaral entrevistou-me para o "Público". Já estava a crescer em público. Depois veio a célebre "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro", graças ao Valter Hugo Mãe, na altura dedicada ao Sócrates, o bandido do Sócrates, parece que já adivinhava, que já tinha razão antes do tempo. 2006. A grande actuação no Festival de Paredes de Coura, ao lado do Isaque Ferreira e do Adolfo Luxúria Canibal, que me disse que eu me estava a tornar uma estrela. Hoje, chamam-me terrorista por causa do vídeo das "FP-25" dos Sereias. Agora  lanço o livro "O Lobo e a Capuchinho-Poemas Livres", em parceria com a Paula Vinhais, uma edição da Corpos/Artelogy, dos meus grandes amigos Ricardo e Adriana. É o meu 17º livro, o 5º com a Corpos, a editora que mais vezes me publicou. Sempre a rock n' rollar! 

DUAS FACES DA MESMA MOEDA

Quando um dia Lenine disse que: o esquerdismo é a doença infantil do comunismo, muito provàvelmente não estaria a imaginar que esse pensamento iria manter-se vivo até 1 século depois.

Palavras recentes do Papa Francisco: conheço ateus que são mais boas pessoas do que muitos crentes que conheço.

José Valdigem 

NO "MARTINHO DA ARCADA" COM IAN CURTIS, FERNANDO PESSOA, SHAKESPEARE E MARIA MADALENA

Aqui chegados, voltamos a Lisboa, ao "Martinho da Arcada", com Fernando Pessoa. Uma empregada nova. Bela, popular, selvagem. A classe operária confraterniza. A gorda passa. Nada de insultos, camarada. Prometeste portar-te bem, ó menino bem, ó Marquês de Braga. Mas agora até és acusado de terrorismo. Por isso, nada tens a perder. Aliás, tudo tens a ganhar. Só tens a perder a própria vida. E ainda não te livraste do corona. Essa merda. A puta dessa merda! No entanto, tens cacau, podes estoirá-lo e reinas. Não era assim há uns anos atrás. O que passaste, camarada. As humilhações, as depressões, a incomunicabilidade, a melancolia insolúvel de Ian Curtis. Como te identificas. Braga, 1987, 1988, 1989. Rádio Clube do Minho. Nuno Xavier, Luís Sousa. Joy Division, "Atmosphere", "She's Lost Control", "Isolation", "Love Will Tear Us Apart". Cantaste "She's Lost Control" na Mana Calórica, com o André Guerra e com o Rui Costa em Paredes de Coura. Houve gajos que vieram ter contigo, que te idolatraram na altura. Falaste para a Antena 3. Balbuciaste algumas palavras. Agora tens mais traquejo, mais manha. Aprendeste a ser sacana. Ouves os ingleses. Tens qualquer coisa com a Velha Albion. Torces pelos clubes ingleses e pela selecção de Inglaterra. Liverpool, Arsenal, Manchester United. Se calhar tens mesmo sangue inglês ou escocês. Artur, Lancelot, Merlim, Parsifal, Camelot, Morgana, William Blake, Byron, Shelley, Milton, Shakespeare. O Santo Graal. Madalena. Os Cavaleiros da Távola Redonda. One more beer, girl. We're almost home.

Uma mãe que não se demite

 

Gostei de ouvir a mãe daquela miúda “atiradiça”, que com a sua irreverência levou a que um colega de escola fosse atropelado, ao tentar fugir do seu acosso; habituado a ouvir pais completamente irresponsáveis, que recorrem a todo tipo de desculpas para os actos menos correctos dos filhos - se calhar convencidos de que é assim que se demonstra o amor de pais - chegando mesmo a invadir escolas e agredir professores e auxiliares, esta mãe não teve problemas em assumir que o comportamento da filha foi mesmo incorrecto, embora matizando com a sua personalidade de “Maria rapaz”, que gosta de jogar à bola e dar cacetada – e eu confesso que até admiro raparigas assim.

 

Mas também são totalmente inaceitáveis, qualquer que seja o ponto de vista, as ameaças que, segundo a mesma senhora, a moça passou a receber pela Net; mas, enfim, é a costumeira selvajaria que, nos referidos meios de comunicação de massas, ganhou foros de cidadania por todo mundo, sem que para isso se vislumbre quem esteja interessado em aplicar antídoto eficaz...

 

 

Amândio G. Martins

O neo-fascismo também é racista

 

O neo-fascista, André Ventura é xenófobo, 

defende a castração química, a prisão perpétua 

e uma ditadura de pessoas de bem. Tivemos cá 

durante quase 50 anos os ditadores, Salazar e 

Caetano, indivíduos do bem... Mal!

É um exponenciado racista, tendo chamado a 

uma família negra de «bandidos» e de «bandidagem»,

tendo violado a dignidade da pessoa humana e a 

nossa Constituição, logo no Artigo primeiro. O Tribunal 

condenou-o a um pedido de desculpa pública, que já 

disse que não o iria fazer(!), adiantando que vai recorrer 

da sentença.

Esta família que o fez sentar, como réu, no banco do 

Tribunal merece a nossa simpatia, carinho e gratidão, 

pelo nobre exemplo dado. Bem-hajam.

A pena aplicada foi célere. Ainda assim, o político de extrema direita condenado, achou que a decisão foi muito rápida(!). Para quem grita contra uma justiça lenta, em que ficamos? 

Afigura-se-nos que o veredicto judicial foi benévolo...  

                                   Vítor Colaço Santos 

Conhecidos de "ginjeira"

 

Um ditador da velha escola soviética, espécie de presidente vitalício do seu país, à força de aniquilar tudo quanto se lhe oponha, sabendo que num avião que sobrevoava o seu reino viajava um jovem jornalista que -  a partir de um país que lhe deu asilo, por não poder trabalhar livremente na sua pátria -  lhe destapava as misérias, mandou a força aérea interceptar e desviar o avião para o prender e torturar.

 

Como seria de esperar, um crime de tal calibre foi de imediato condenado por todo o mundo onde se governa os povos com alguma decência; claro que nunca se espera de certos “conselheiros” -  assoberbados que sempre andam a lançar anátemas às políticas norteamericanas – assumam igual posição, com uma palavra que fosse de compreensão para aquele jornalista, e namorada, que também levou “por tabela” por se ter atrevido a namorar com tal “criminoso”.

 

Até porque estes pseudo-conselheiros pacifistas fariam exactamente o mesmo, se pudessem, com toda a Comunicação Social que não param de atacar porque, saturada de lhes aturar a repetitiva cassete, se recusa a fazer-lhes o frete tantas vezes quantas a solicitam...

 

 

Amândio G. Martins

Só faltou o cocó

Muito me diverti ao ler, no PÚBLICO, a crónica “Conversa de merda”, de Miguel Esteves Cardoso (MEC). Escatológica? Talvez, mas ainda bem que não censurada ou proibida. As variações gramaticais sobre o tema são reveladoras de sabedoria, mas também de imaginação e criatividade, do MEC divertido e gozão, sem papas na língua, que discorre com inteligência sobre temas tão importantes como muitos outros, monopolizadores estes da nossa atenção, pela “seriedade” que lhes conferimos.

MEC conquistou privilégios pouco comuns aos restantes mortais, deles se aproveitando para alfinetar zonzos quadrados sempre prontos a escandalizar-se com as “más criações” a que, às vezes, os verdadeiros artistas recorrem sem rebuços virginais. Que parem de vez com a "superioridade" (que ninguém lhes reconheceu) para darem tautau nos que levam às últimas consequências a liberdade artística.

Público - 28.05.2021

esconder e branquear a ocupação e agressões de Israel na Palestina é cumplicidade criminosa

 

Coincidindo com a mais recente agressão do governo israelita ao povo palestiniano, a RTP2, por acaso ou por opção de programação, a 14 de Maio, perto das 23 horas exibiu o filme «O Ídolo – A força de acreditar», do cineasta palestiniano Harry Abu-Assad, sobre a história de Moahammad Assaf, um jovem de Gaza que venceu em 2013, em Beirute, o Ídolo Árabe (Arab Idol). O filme relara o percurso de Moahamad desde criança, num campo de refugiados em Gaza, as suas aspirações, alegrias, tristezas e obstáculos que teve de ultrapassar, até se transformar num símbolo de esperança para muitos palestinianos.

Um filme interessante, que seguindo um guião de entretenimento, mostra igualmente a destruição, consequências e escombros resultantes das agressões e ocupação permanente de Israel na Faixa de Gaza, transformada num campo de detenção para cerca de dois milhões de palestinianos.

A opção da RTP, neste caso como em muitos outros, remetendo para o canal menos visto e para hora tardia, está inserida na linha noticiosa e de programação da comunicação social dominante ao serviço do capitalismo, que numa cumplicidade criminosa procura ignorar o direito de resistir dos palestinianos e esconder e branquear a ocupação e agressões de Israel na Palestina, bem como a conivência de Estados Unidos (EUA) e União Europeia (EU), seguidos vergonhosamente pelo governo português do PS em flagrante violação do estabelecido na Constituição da República.

Essa mesma conivência dos líderes do capitalismo (EUA e EU) verifica-se no boicote ao cumprimento das resoluções da ONU sobre o reconhecimento do Estado da Palestina.

A resistência e luta de décadas do povo palestiniano, com enormes sacrifícios e muitas perdas de vidas, irá continuar pelo seu direito a um estado soberano e independente.

 

HIPÓCRITAS

De Bruxelas a Washington, passando por Lisboa, o barulho é ensurdecedor. As estridentes campainhas de alarme tocam incessantemente.

O secretário-geral da NATO, a presidente da Comissão Europeia, o imperador e o inevitável Santos Silva, o grande admirador do presidente dos americanos para a Venezuela, são unânimes: um inquérito internacional e imparcial, imparcialíssimo, já! Imediatamente sanções à Bielorrússia.

Até podiam ter carradas de razão, se tivessem um pingo, um minúsculo pingo de decoro e vergonha.

Quando se acaba de assistir ao vergonhoso último episódio do hediondo crime, da tragédia, que há décadas se abate sobre a Palestina e o seu povo, quando o estado-terrorista de Israel ocupa ilegalmente, destrói, massacra e humilha o seu povo, estes hipócritas não só assobiam para o lado como se subordinam ao imperador que apoia o estado-terrorista. Que dizer agora perante as “preocupações” com alegados elementos da oposição e do povo bielorrusso? Quando também se sabe, que a Bielorrússia insubmissa, tal como a Rússia, a China, Cuba, a Venezuela, a Síria, são por eles considerados inimigos, alvos a abater.

Lamentável, é também o papel do grosso da “nossa” Comunicação Social que dá toda a voz a esta gente e a omite, por exemplo, à organização que em Portugal mais vocacionada está para a defesa da paz; o Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC), e este fim de semana quase silenciou a Convenção do PEV .

Portanto, estamos conversados quanto aos seus objetivos, razão e Moral.

Francisco Ramalho

PS- Ontem comemorou-se em grande, o 28º aniversário da vila de Corroios. O presidente e restante Executivo da Junta de Freguesia, O presidente da Assembleia de Freguesia e mais eleitos da AF, o vice-presidente da Assembleia Municipal, a vereadora do pelouro da Educação e Urbanismo da CM do Seixal, dirigentes do vasto Movimento Associativo, muitos atletas e povo, deram grande animação e colorido ao Parque Urbano da Quinta da Marialva. Tudo, evidentemente, cumprindo as normas sanitárias da DGS.

Escrito na segunda feira, 24

 DEMOCRACIA DITATORIAL

Um borrachola que dá pelo nome de Lukashenko, é o cidadão que preside aos destinos da Bielorrússia há 27 anos, sempre eleito com maiorias absolutíssimas. Desconhece a palavra Liberdade e trata os adversários por inimigos. 

Desta vez mandou enviar um caça para desviar um avião civil estrangeiro que passava como habitualmente no espaço aéreo do seu país, para deter um seu compatriota, jornalista, de 26 anos, considerado por ele, um inimigo. Não é difícil adivinhar o destino do jovem.

Isto só é possível porque sente as costas largas. O amigo Putin está lá, para o que der e vier...

São assim as "democracias" de Leste. Com todos os defeitos, prefiro as nossas.

José Valdigem

 

MANIPULAÇÃO E LEI DA ROLHA

Longe vão os tempos em que o poder estava essencialmente na ponta das baionetas. Atualmente, ele está sobretudo nos écrans da televisão, nos computadores portáteis (telemóveis) ou fixos e ainda, algum, nos jornais em papel e na rádio. Claro que, em ultima instância, são as “baionetas” que continuam a falar mais alto.

Antes de fazer-se a guerra, é vital manipular-se a opinião pública para que esta a aceite, ou pelo menos a tolere.

É também através dos media que se constroem ou se diabolizam lideres.

Veja-se o caso do atual presidente dos EUA. Claro que também contribui para a imagem messiânica de salvador do mundo com que os grandes órgãos de informação do ocidente o definem, a comparação com a personalidade e prestação desastrada do seu antecessor.

O slogan de Trump, “América primeiro”, foi substituído pelo de Biden, “A América está de volta”.

E que América está de volta? A América da cooperação e da paz? Não. Aliás, essa nunca existiu. A América que está de volta com Biden ao leme, é a América do velho sonho de domínio global a qualquer preço. Se não vejamos: a novel Administração Biden, apresentou ao Senado para 2022, o maior orçamento militar de sempre. 753 mil milhões de dólares. Tanto, como os maiores orçamentos militares dos 12 países a seguir aos EUA.

Para além da manutenção e reforço do armamento convencional, ele destina-se também à “modernização do armamento nuclear, investimento em capacidade de fogo de longo alcance e recapitalização do programa de submarinos com mísseis balísticos”.

Os definidos potenciais inimigos, são, evidentemente, a Rússia e a China. E estas,perante tal, vão ficar de braços cruzados? Evidentemente que não! Ou seja, o alegado salvador do mundo, cuja propaganda muito boa gente convenceu e ainda convence, acelerou a corrida aos armamentos. Um perigo para a paz mundial.

Mas Biden não se ficou por aqui, sugeriu, para não dizer, exigiu, aos restantes Estados- membros da NATO que também aumentem os respetivos orçamentos de Defesa até 2% do PIB desses países. Assim, por exemplo, o Governo/PS, cordato, já se comprometeu a passar de 1,24 (2.398 mil milhões), para 1,66 até 2024.

Na prática, a diabolização de Putin a quem chamou mesmo assassino, o empurrar da NATO para as fronteiras da Rússia e a intolerância ao crescimento económico da China, são uma constante. São o motivo da estratégia do “salvador do mundo”. E se dúvidas houvesse quanto à sua contribuição para a concórdia e a paz, aí temos o claro apoio a Israel que fazendo tábua rasa de diversas resoluções da ONU, ocupa e destrói a Palestina e massacra o seu povo.

Tristemente, a União Europeia, incluindo Portugal, evidentemente, imita-o. E a opinião de entidades vocacionadas para a defesa da Paz como o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), são omitidas. Assim como, mesmo na rádio e TV públicas, a ausência de comentadores à esquerda do PS, nomeadamente da área do PCP/CDU.

Com raríssimas exceções como é o caso deste jornal, é a lei da rolha.

Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal "O Setubalense"

EM TI, GORETI, EM BRAGA, PARA SEMPRE

 Quando a opinião realmente verdadeira e firme sobre o belo, o justo, o bem e os seus contrários se forma nas almas algo de divino nasce numa raça demoníaca.

E aí nascemos. E aí despertamos. E aí ressuscitamos. E aí nos tornamos plenamente nós mesmos. Loucos divinos. Como diz Platão, como diz Nietzsche. Por incrível que pareça. E estamos no princípio do mundo. No princípio do universo. E a miúda bonita traz-nos a cerveja. E já não há dinheiro. E já não há mercado. Só a mulher, só a poesia, só a filosofia. Os cães e os vendilhões morreram. William Blake. A morte do mal. A União do Céu e do Inferno. Em ti, Goreti.. Em Braga. Para sempre.

Portugal é rico para poucos

 

Os impostos, desde 2012, aumentaram para o trabalho

e diminuíram para o capital. As empresas do PSI-20 fazem

discursos patrióticos e até de intervenção social gostando de

assistir os pobrezinhos. Contudo, dos negócios e avultadas verbas

que ganham cá, os respectivos impostos são pagos na Holanda, 

Luxemburgo, etc. Em Portugal usufruem de estradas,

transportes, comunicações e bons estudantes universitários pagos

com o erário público... Ora, aqui radica uma obscena contradição 

que não é de somenos importância.

A renda\riqueza continua muito mal distribuída estando claramente

desequilibrada a favor da avidez!

                                                          Vítor Colaço Santos 

O SNS ainda é a primeira opção em aflição

 PÚBLICO Domingo. 23 de Maio de 2021 (Augusto K. de Magalhães)

 

Por muito que muitos arranjem sistematicamente pretextos e razões para criticar e até atacar o nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS), este continua a ser a primeira opção em aflição.

Viu-se e continua a acontecer desde que temos a pandemia entre nós. 

Viu-se e vê-se quando algo se súbito e grave acontece. 

O SNS é instintivamente a saída.

Como é evidente, a complementaridade dos serviços privados de saúde é indispensável. 

Afirmar o contrário e tentar estatizar tudo, talvez na Federação Russa e não só,  e não parece resultar.

Mas só quem nunca teve necessidade pode não perceber do muito que é feito, e bem feito.

Haja o bom senso tanto nos fervorosos defensores  do sector público,  como nos  defensores do privado, de entender que ambos se complementam,  com preponderância no SNS. Sempre.

Augusto K. de Magalhães

Francamente

 

SEM DISFARCES

 

 

Se até na perfeição há defeitos

Como não havia eu de ter também

Mas nunca pretendi enganar ninguém

A menos que confundam os conceitos...

 

Às vezes vejo-me com preconceitos

Sem desculpa de não haver quem não tem

Procuro não desgostar quem me quer bem

Cumprindo os consagrados preceitos.

 

Gosto de ser alguém que ama a vida

Que vive duma forma decidida

Sentindo que se caír vai levantar;

 

Não ter medo de errar e prosseguir

Emendando o erro até conseguir

Sem a culpa de desistir sem tentar...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

 

Quando a bondade excita o ódio...

 

Perante a enxurrada de insultos que atolou as suas contas nas redes sociais, aquela voluntária da Cruz “Roja” que foi vista a socorrer um migrante senegalês desesperado, a quem deu um abraço de conforto, viu-se forçada a encerrá-las.

 

 Por outro lado, enquanto em Ceuta parava tudo, portas fechadas com medo de furtos e agressões, muitos populares da cidade prontificaram-se a oferecer comida e bebida àquela juventude que ali entrava ao engano, pensando ir libertar-se do seu injusto, corrupto e miserável “reino”, onde os governantes e seus chegados se apoderam de toda a riqueza que lhes passe pelas mãos, como acontece com os dinheiros que da UE recebem - treze mil milhões de euros nos últimos anos, segundo vi noticiado numa televisão espanhola - para se encarregarem do controlo das fronteiras às migrações ilegais.

 

Enquanto a oligarquia tudo consome, os cidadãos carecem do mais elementar para se poderem desenvolver, como foi possível ouvir a alguns deles entrevistados em Ceuta, falando espanhol: “Em Marrocos não temos futuro, não temos nada; não há trabalho, não há comida, não há saúde, não há educação”!...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

Cabrita, um excelente incompetente

 

O primeiro-ministro é amigo do 

ministro da Administração Interna

e considera-o excelente(!). Na política

as amizades ficam à porta dos ministérios...

Vejamos a excelência: No caso da morte do 

candidato a imigrante ucraniano às mãos do 

SEF, foi o último a saber. Ter-lhe-ia ficado bem, 

que o seu ministério tivesse custeado os 2 200

euros da transladação do corpo da

vítima, para a Ucrânia, então assumidos pela família. 

As golas anti-fumo propagandeadas

até à exaustão, afinal eram incendiarias! 

O caso Odemira (há mais situações:

Mira, Alto Alentejo, Douro, Ribatejo)

raia a obscena incompetência. Os imigrantes

fazem falta, mas não lhes faz falta serem

escravizados e explorados! Os fogos estão

aí e a rede SIRESP desde que passou para

o domínio público melhorou, mas a prevenção 

para combater os incêndios tem estado numa

calmaria incompreensível... à porta do verão incendiário.

O ministro, Eduardo Cabrita é um excelente

incompetente! Mudar a cara nada resolve,

pois exigem-se novas políticas com aptidão.

Vítor Colaço Santos