sexta-feira, 1 de março de 2013

Os Dez Mandamentos, o «de» e o «da»

 
A propósito da repelente história do "de" e do "da", tenho-me lembrado de uma bela canção brasileira ("Análise Descontraída") cantada por Erasmo Carlos, onde há uma apologia da sobriedade dos Dez Mandamentos por contraposição à prolixidade dos códigos actuais.
Grande legislador foi o dos Dez Mandamentos! Ignorantes e matreiros são os legisladores actuais!
Boa parte dos males sociais que hoje vivemos devemo-los à ambiguidade das leis; ambíguas por conveniência dos próprios legisladores que, depois, nos vão cobrar pelo "trabalho" da sua interpretação sempre que um cidadão precisa; sim porque os legisladores são advogados. Mas há advogados que são excepções, e eu escolhi para mim um desses!
Com que direito se pode, por um lado, exigir que "o desconhecimento da lei não exime o cidadão da responsabilidade de a conhecer", e, por outro lado, se fazem leis cheias de um palavreado hermético e confuso que o cidadão leigo não consegue decifrar, a não ser que pague (e muito) para isso?
Se eu fosse o Supremo Magistrado da Nação, mandá-los-ia lerem os Dez Mandamentos e ouvirem a canção de Erasmo Carlos muitas, muitas vezes!
 
(PÚBLICO, 1-3-2013)

1 comentário:

  1. Os políticos deste país, na sua maioria, atingiram o grau zero da vergonha e da honestidade e querem continuar agarrados ao poder até à destruição total de todos os valores económicos, sociais e éticos. Esta vergonhosa interpretação do da e do de é o cúmulo do descaramento.

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