sexta-feira, 5 de junho de 2015

40 horas ? Faz sentido?

Vivemos numa sociedade onde a moralidade e os bons costumes, vivem interligados como se fossem inclusive o sacrossanto da nossa vida aos quais não podemos escapar. Parece que tudo é inevitável, o destino já está traçado, a vida é o que é e não podemos desviar-nos do modelo que nos foi imposto desde a nossa infância e adolescência .
O paradigma do mundo atual na área empresarial e não só, mostra que a conciliação entre a vida pessoal e profissional, aumenta a produtividade entre os colaboradores da empresa a qual vai beneficiar com o aumento exponencial dos seus lucros, o que vai permitir á administração reinvestir o lucro obtido e com isso poder incrementar novos processos produtivos por forma a aumentar a competitividade e imagine-se: contratar mais pessoas, contribuindo assim para o baixar da taxa de desemprego .
O mundo mudou muito nestes anos e vai continuar a mudar, e é importante que as empresas e o fator trabalho, façam parte desta mudança , de preferência do lado de dentro como participantes ativos e não do lado de fora, "agindo" passivamente, perdendo todo o rasto da inovação e desenvolvimento .
Todos nós fomos formatados para agir de determinada forma na sociedade e não percebemos que devíamos ter questionado os nossos pais, avós , educadores, formadores, o porquê das coisas serem de uma determinada forma e não poder ser de outra completamente diferente e atingir os mesmos ou melhores resultados? Quem disse que era obrigatório trabalhar 40h para que a produtividade tivesse razão de ser?
Temos de mudar as mentalidades empresariais e devemos fazê-las perceber que não é a trabalhar oito horas ou mais por dia, que os colaboradores, vão contribuir para o crescimento da empresa. A motivação e a superação são fatores importantes e cruciais , para que os colaboradores sintam orgulho e felicidade no trabalho que estão a executar.
Faz sentido o código do trabalho ser tão rígido? Faz sentido as 40h? Quem disse? Quem fez com que isto se tornasse uma regra sagrada que não pode ser alterada? Porque não arriscar mais e ser mais visionário e começar a aplicar nas empresas formas de motivar os trabalhadores , incentivado a sua produção através é pequenos bônus, que não precisam de ser necessariamente de ordem financeira : podem ser de ordem educacional, atribuindo vouchers que os mesmos podem utilizar em entidades formativas ; podem ser aplicadas formas de premiar os colaboradores que atinjam os objetivos propostos com um fim de semana para a família ; podem ser por razões de ordem cultural , premiando os colaboradores com bilhetes para o teatro ou cinema , etc.
Há tantas e variadas formas de aumentar a motivação dos colaboradores , que por vezes não raciocinamos direito. 40h? Para quê e porquê?  Se alguém provar que as 40 h fazem realmente sentido, e que o futuro é assim porque tem que ser, ok; caso contrário, vamos enveredar por um caminho alternativo e com os frutos colhidos nesse caminho, humanizar mais a pirâmide do sucesso: trabalho - família - vida social. O caminho é cada vez mais feito por aqui e não pela formatação que ainda hoje vigora, porque a formatação nem sempre é a rainha do saber adquirido.

1 comentário:

  1. 40 horas também não faz sentido quando o desemprego tem uma expressão brutal que continua a agravar-se. O aumento de horários de trabalho, a retirada de feriados, o facilitar o trabalho extraordinário, nomeadamente com o seu embaratecimento, são medidas que não combatem o desemprego e só o promovem. As inovações científicas e tecnológicas criam cada vez mais máquinas e métodos de produção que com menos pessoas atingem resultados muito mais elevados. Todo esse avanço científico e tecnológico está a servir unicamente para o capitalismo e os capitalistas aumentarem os seus lucros, atirando para o desemprego as pessoas, o que lhes permite igualmente aproveitar o desemprego para também baixar os custos do trabalho (diminuir os salários). Tem que existir uma inversão nas políticas que estão a ser praticadas, já que naturalmente a diminuição do horário que se justifica para as 35 horas semanais, vai permitir mais tempo familiar, de lazer, cultural e social mas vai também objectivamente combater o desemprego.

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