Nos últimos anos, com uma maior eficiência do MP, são
mais frequentes as inquirições e acusações a políticos. Houve tempos,
certamente no regime anterior e até nesta nossa "democracia", que
diversos políticos, quer das direitas quer da esquerda (leia-se PS), logo que
eram referidos nos mídia, por actos ou omissões censuráveis, de imediato se
demitiam ou eram demitidos. Não resisto a lembrar o ex-Ministro, Prof. Borrego,
que foi exonerado por ter contado uma simples anedota, embora de mau gosto. Mas
tudo isso é passado. Hoje não é normal, no PS e na coligação de direita,
que um político, face a alguma referência pouco ética ou censurável nos
mídia, não assobie para o lado, chamando a PGR à colação. Sejamos curtos e
duros. Se o político acusado ou indiciado em público, não tiver sido condenado
com sentença transitada em julgado, actua como qualquer outro cidadão,
invocando a sagrada presunção da inocência. E eu digo daqui, isso é tudo muito
certo para os cidadãos "normais", como eu. Agora os cidadãos eleitos
por voto popular, tal como militares, paramilitares e Juízes, têm uma espécie
de "capitis diminutio", e terão de tirar consequências políticas dos
seus actos ou omissões, enquanto agentes políticos. Os ex-ministros António
Vitorino, Murteira Nabo e agora Miguel Macedo, cedo perceberam que tinham de
sair, mesmo que um dia os tribunais lhes viessem a dar razão. Já o nosso
PM Passos Coelho e até (infelizmente, porque sempre votei nele) o nosso PR, não
perceberam isso, quando alegações, eventualmente exageradas ou até incorrectas,
puseram em causa a credibilidade e exemplo, que um dia teremos de exigir aos
mais altos representantes do Estado Democrático (agora sem aspas).
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