quarta-feira, 10 de junho de 2015

Governantes de Feira

Os políticos governantes, que se abotoam cómodamente em S.Bento e em Belém, e que neste calendário quente galgam ou dão passos de mito e cavaqueiam, discursos, pelas feiras entre cerejas e o queijo que as ovelhas lhes dão a provar, ressuscitados da vala em que os tinham enterrados, mentem cada vez mais, uma vez que somam as mentiras de hoje com as de ontem, e sem pudor. E não são poucas as vezes com que o fazem. Ora negam os apelos que fizeram sobre esta ou aquela matéria, ora convidam este ou aquele a descobrir registo da mentira denunciada ou do mito que se move na rua, ou animam ao regresso dos jovens à agricultura e às pescas, sectores que em tempos estes governantes abandonaram e destruíram, elogiando-os agora pelo esforço que fazem por se manterem por cá e na precariedade, reconhecendo neles muito talento para aceitarem a côdea sem protesto, confiando neles e na sua criatividade para alterar o futuro, tido como miragem neste país, em vez de se porem com lamechices colados ao pessimismo. Dizem-lhes, que o que é preciso é levantar a cabeça - frase que os futebolistas apreciam pronunciar no final de uma prova mal sucedida e após levarem uma cabazada. Tal como os jovens de hoje sem perspectivas de melhores resultados. A confirmar tudo isto, chegam-nos notícias do relatório ou estudo sobre o crédito malparado das famílias que não pára de crescer e até bate recordes, ou não fossemos nós atletas quase todos, como atrás se disse. Assim enquanto os tais políticos que se abotoam às cerejas, ao chouriço e ao presunto cortado com igual faca com que fazem outros cortes na nossa vida, enchem a boca a repetir de que "o pior já passou e de que o país está melhor", diz o Gabinete de Apoio ao Sobre-Endividado da Deco(GAS), que "o maior incumprimento no crédito à habitação causa-nos grande preocupação porque é a prova que a situação financeira das famílias não só não está melhor como infelizmente está mais precária e mais dramática". Sendo esta afirmação uma verdade indesmentível, pois obedece a dados do Banco de Portugal, porque é que aparece sempre um governante de má colheita a querer-nos vender uma mentira como produto de qualidade e certificado ao som do hino nacional e à somba da bandeira dardejante? Será que a desonestidade, a incompetência dos governantes de sapato italiano que discursam em tais cenários rurais para "os chancas", em vez de passarem por intelectuais inteligentes, saem destas feiras a cheirarem a "cebolas" e a quererem fazer de nós uns "melões"?

                                                                                                 

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