Por volta de 1990, a Organização Europeia
para a Investigação Nuclear (CERN)
estava iniciando os estudos e arregimentando
parceiros para elaboração do
projeto de implantação daquele que seria o maior, mais caro e importante
empreendimento científico de todos os tempos, o “Grande Colisor de
Hádrons(partículas)- LHC”.
O
LHC começou a ser construído em 1998 com a colaboração de mais de 100 países. Consta de um
túnel (divisa da França com a Suíça) de
27km de circunferência, a uma profundidade média de 100m, ao custo de
aproximadamente 7,5 bilhões de euros em 2010. Está funcionando desde 10 de setembro de 2008. A primeira colisão entre prótons ocorreu em 30 de março de 2010. Em 2012 propiciou a confirmação da existência do chamado bóson de Higgs (Partícula
de Deus), no ano em curso detectou a então teórica partícula subatômica chamada
de MesonB, com todos seus decaimentos(transformações) e está atrás de
explicações sobre a matéria escura considerada a responsável pelo equilíbrio do
universo.
O
CERN, na difícil fase inicial para conseguir recursos financeiros perante as
comunidades científicas dos países envolvidos no empreendimento, precisava
apresentar também um projeto que desse garantia de que todos os dados conseguidos
nas futuras atividades do LHC chegassem a estas comunidades de maneira imediata
e simultânea.
O transporte
dos futuros dados internos ao longo dos 27 km foram logo resolvidos, pois os
computadores na época já poderiam ser interligados por redes físicas (cabeamento
lógico), embora não apresentassem as facilidades atuais, eram confiáveis desde
que manejados por pessoas qualificadas. São as conhecidas redes locais
denominadas de LAN.
Mas
quando se deparou com a exigência principal, de que alocação de recursos estava
atrelada à possibilidade de envio de
dados e trocas de informações imediatas com
todos os cientistas dos 100 países envolvidos, a coisa se complicou, pois não
existia na época nenhuma tecnologia
capaz de resolver esta questão.
Para
resolver esta questão, foi sugerido ao CERN o nome de Timothy John Berners-Lee, físico britânico, professor e
cientista da computação, cuja contratação
foi primeiramente em caráter temporário e posteriormente em definitivo.
Ainda no início da década de 1990,
Tim Berners-Lee
conseguiu elaborar o primeiro navegador web, que rodava na plataforma Nextstep (sistema operacional). No início
a sua interface era muito simples, a maior parte das informações era no formato
de texto, no máximo com pequenas imagens. Este foi um marco histórico da criação
da internet.
Foi
conseguida a interligação de computadores remotos com todos os protocolos
atuais com identificação individual de cada um através do chamado IP, batizado
de WorldWideWeb(grande rede mundial) , de Web ou simplesmente de Internet, feito este considerado um dos
mais importantes para convencimento dos parceiros para a implementação do LHC.
O endereço do primeiro
site: “http://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html", foi acessado nos computadores por moldem
através de ligação telefônica, com
efusiva comemoração nos meios científicos em todo o mundo.
A
empresa americana Netscape Communications, acreditando no potencial da internet,
logo lançou seu navegador com código fechado e de caráter estritamente comercial, que,
apesar do valor cobrado, foi um sucesso imediato e a empresa recém fundada
passou a dominar este mercado.
Bill
Gates (Microsoft) que, inicialmente se
postara contrário à internet, voltou atrás, produzindo o navegador Internet Explorer, que,
ao distribuí-lo de forma gratuita e usando de práticas comerciais desleais,
conseguiu desbancar o Netscape, dominando
este seguimento por longos anos.
Atualmente
o navegador mais usado é o Chrome da
gigantesca Google, seguido do Internet Explorer (existe boato de sua possível descontinuação) da Microsoft e do Mozilla Firefox (remanescente do Netscape), todos
grátis, sendo o Chome e Firefox com código aberto.
Hoje, além do computador, são inúmeros os aparelhos que permitem o acesso
a esta ferramenta de entretenimento e comunicação, entre eles citamos os denominados
Smart(televisão e tele móveis ), tablet, Kindle(leitor de livros) e outros
tantos. As redes usadas nestes
aparelhos variam entres as logicamente cabeadas e as sem fios(wi-fi), com qualidade
proporcional ao investimento.
Na grande maioria dos equipamentos ditos
moveis, o uso da internet tem sido possível com extrema qualidade de resolução
e rapidez através de navegadores nativos e cativos aos sistemas operacionais
IOS, ANDROID e WINDOWS, com atualizações
periódicas, num contínuo agregamento
de novas tecnologias.
Em minha opinião, o maior
acontecimento do ano até agora neste seguimento foi a recente atualização do
IOS(versão 8.3), com introdução da língua portuguesa ao
SIRI(reconhecimento e atendimento por
meio de voz), cuja inovação, direcionada
aos modelos mais recentes, tem encantado
e surpreendido os seus inúmeros
usuários.
Numa demonstração do
envolvimento das pessoas no uso da internet, que até os usuários dos seus
primeiros passos, apesar na época das
imensas dificuldades das lentas ligações telefônicas, ainda sentem nos dias
atuais, saudade daquele ruidoso som
característico da ultrapassada conexão discada.
Aqueles que acreditaram
na internet e acompanharam a sua meteórica evolução desde o
seu nascimento, entre os quais orgulhosamente me incluo, sentem-se hoje deveras
envaidecidos ao presenciarem como uma
tecnologia inicialmente tão criticada e pouco usada, tenha alcançado direta ou indiretamente quase toda
população mundial.
Artigo publicado no jornal Diário da
Manhã de Goiânia- Go , Brasil - no
dia 01/06/2015, no caderno
Opinião Pública pg. 8
- Site do jornal: http://www.dm.com.br/
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