segunda-feira, 1 de junho de 2015

A INTERNET E SUA BREVE HISTÓRIA: Como o projeto da construção do acelerador de partículas (LHC) propiciou a criação desta poderosa ferramenta de comunicação

Por volta de 1990, a Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) estava iniciando os estudos e arregimentando   parceiros  para elaboração do projeto de implantação daquele que seria o maior, mais caro e importante empreendimento científico de todos os tempos, o “Grande Colisor de Hádrons(partículas)- LHC”.
O LHC começou a ser construído em 1998 com a colaboração de mais de 100 países. Consta de um túnel (divisa da França com a Suíça)  de 27km de circunferência, a uma profundidade média de 100m, ao custo de aproximadamente 7,5 bilhões de euros em 2010. Está funcionando desde 10 de setembro de 2008. A primeira colisão entre prótons ocorreu em 30 de março de 2010. Em 2012 propiciou a confirmação  da existência do chamado bóson de Higgs (Partícula de Deus), no ano em curso detectou a então teórica partícula subatômica chamada de MesonB, com todos seus decaimentos(transformações) e está atrás de explicações sobre a matéria escura considerada a responsável pelo equilíbrio do universo.
O CERN, na difícil fase inicial para conseguir recursos financeiros perante as comunidades científicas dos países envolvidos no empreendimento, precisava apresentar também um projeto que desse garantia de que todos os dados conseguidos nas futuras atividades do LHC chegassem a estas comunidades de maneira imediata e simultânea.
O transporte dos futuros dados internos ao longo dos 27 km foram logo resolvidos, pois os computadores na época já poderiam ser interligados por redes físicas (cabeamento lógico), embora não apresentassem as facilidades atuais, eram confiáveis desde que manejados por pessoas qualificadas. São as conhecidas redes locais denominadas de LAN.
Mas quando se deparou com a exigência principal, de que alocação de recursos estava atrelada à possibilidade de  envio de dados e trocas de informações  imediatas com todos os cientistas dos 100 países envolvidos, a coisa se complicou, pois não existia na época nenhuma tecnologia  capaz de resolver esta questão.
Para resolver esta questão, foi sugerido ao CERN o nome de Timothy John Berners-Lee, físico britânico, professor e cientista da computação, cuja contratação  foi primeiramente em caráter temporário  e posteriormente em definitivo.
Ainda no início da década  de 1990,  Tim Berners-Lee conseguiu elaborar o  primeiro navegador web, que rodava na plataforma Nextstep (sistema operacional). No início a sua interface era muito simples, a maior parte das informações era no formato de texto, no máximo com pequenas imagens. Este foi um marco histórico da criação da internet.
Foi conseguida a interligação de computadores remotos com todos os protocolos atuais com identificação individual de cada um através do chamado IP, batizado de WorldWideWeb(grande rede mundial) , de Web ou simplesmente de Internet, feito este considerado um dos mais importantes para convencimento dos parceiros para  a implementação do LHC.
 O endereço do primeiro site: “http://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html",  foi acessado nos computadores por moldem através de ligação telefônica, com  efusiva comemoração nos meios científicos em todo o mundo.
A empresa americana Netscape Communications, acreditando no potencial da internet, logo lançou  seu navegador com código fechado  e de caráter estritamente comercial, que, apesar do valor cobrado, foi um sucesso imediato e a empresa recém fundada passou a dominar este mercado.
Bill Gates (Microsoft) que,  inicialmente se postara contrário à internet, voltou atrás, produzindo o navegador Internet Explorer, que, ao distribuí-lo de forma gratuita e usando de práticas comerciais desleais, conseguiu desbancar o Netscape, dominando este seguimento por longos anos.
Atualmente o navegador mais usado é o Chrome da  gigantesca Google, seguido do Internet Explorer (existe boato de sua possível descontinuação) da Microsoft e do Mozilla Firefox (remanescente do Netscape), todos grátis, sendo o Chome e Firefox com código aberto.
Hoje, além do computador,  são inúmeros os aparelhos que permitem o acesso a esta ferramenta de entretenimento e comunicação,  entre eles citamos os denominados Smart(televisão e tele móveis ), tablet, Kindle(leitor de livros) e outros tantos. As  redes usadas nestes aparelhos  variam entres as logicamente  cabeadas e as sem fios(wi-fi), com qualidade proporcional ao investimento.
 Na grande maioria dos equipamentos ditos moveis, o uso da internet tem sido possível com extrema qualidade de resolução e rapidez através de navegadores nativos e cativos aos sistemas operacionais IOS, ANDROID e WINDOWS, com atualizações  periódicas, num contínuo agregamento  de novas tecnologias.
Em minha opinião, o maior acontecimento do ano até agora neste seguimento foi a recente atualização do IOS(versão 8.3), com introdução da língua portuguesa ao SIRI(reconhecimento  e atendimento por meio de voz), cuja inovação,  direcionada aos modelos mais recentes, tem encantado  e surpreendido os seus inúmeros  usuários.
Numa demonstração do envolvimento das pessoas no uso da internet, que até os usuários dos seus primeiros passos, apesar na época  das imensas dificuldades das lentas ligações telefônicas, ainda sentem nos dias atuais, saudade  daquele ruidoso som característico da ultrapassada conexão discada.
Aqueles que acreditaram na  internet e  acompanharam a sua meteórica evolução desde o seu nascimento, entre os quais orgulhosamente me incluo, sentem-se hoje deveras envaidecidos ao presenciarem como uma  tecnologia inicialmente tão criticada e pouco usada, tenha  alcançado direta ou indiretamente quase toda população mundial.


Artigo publicado no jornal Diário da Manhã de   Goiânia- Go , Brasil -  no   dia   01/06/2015,  no caderno   Opinião   Pública   pg. 8   -   Site do jornal: http://www.dm.com.br/

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