domingo, 21 de junho de 2015

A TAP ainda não se foi


Até parece que a privatização da TAP está consumada. Não está, faltam ainda alguns (esperançosos) procedimentos. O secretário de Estado, Sérgio Monteiro, deve saber disso. Ainda assim, com euforia contida, vangloriou-se perante o País de concretizar o que outros vêm tentando, sem sucesso, desde há 15 anos. Como habitualmente, o Governo ganhou o braço-de-ferro disputado com tantos que tentaram opor-se-lhe. Adivinhava-se, está-lhe no ADN. Ninguém foi capaz de vender, mas este Governo conseguiu. Hossana!
Ó dr. Sérgio, vender, vende-se sempre, tudo depende do preço. E diga lá se, neste caso, não aceitaria vender mesmo a preço negativo… Admirável é esta coligação pretender maiorias qualificadas para investir, bastando-lhe a sua própria e única vontade para desinvestir. Ao contrário do senso comum que, nas famílias, permite uma única vontade para comprar, mas exige duas para vender.

Ninguém sabe ao certo o que está no caderno de encargos da TAP, mas uma coisa eu sei: não consta do articulado nenhuma proibição de os vencedores do processo virem a contratar, no futuro próximo, quem com eles, pelo Estado, estabeleceu esta negociata. E devia constar.

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