Nem sempre os jornais são sinónimo de esclarecimento. Também são veículo
de transmissão de falsidades, de más interpretações, de assuntos enganosos.
Muito se badalou após os acontecimentos em Guimarães, em que a polícia de
choque e fardando chique, "enfardaram" com pancadaria no exterior do
estádio, após um jogo de futebol, o pai, de umas crianças que felizes junto
desse maior valor da vida e mais que herói, e do avô presente, bebiam um gole
de água por garrafa de plástico doada por gentileza por uma senhora lá do
sítio, calmo até ali. Um polícia do costume e do azedume, umas vezes enaltecido
por grandes feitos e obras valorosas, outras denegrido pelo seu passado
de malvado, abordou-os, puxou dos maus fígados e do cassetete, e encetou a
cacetar nas costas, pernas, e pelo restante corpo onde coubesse a pancada, o
pai amigo e de seguida o velho avô das crianças com as cores vencedoras. O
rapaz mais novo de mão estendida tentou salvar o progenitor, o seguinte filho
reagiu também, e o grande avô não ficou paralizado com o que via e estremeceu
dentro do absurdo, mas isso valeu-lhe levar dois valentes, ou
cobardes murros, do polícia espelho e espalha brasas odiosas que
ardem no escuro da Corporação. Enquanto o pai levava para contar das boas, o
avô se coçava a aliviar a dor nos queixos, o filho mais velho era apoiado, o
filho caçula mijava-se pelas pernas abaixo, juntando a urina às lágrimas até
fazer um rio de tristeza e de raiva, que o país viu correr. O polícia valente
como se recomenda o seja(!), está meio ao serviço meio escondido, e talvez
receba a tal promoção suspensa mal tudo acalme. Mas agora também os jornais nos
dizem que querem louvar um outro polícia na sua terra natal, Monção, por este
ter "protegido" a criança aterrorizada e ofendida pelos
acontecimentos a que foi sujeito sofrer. Ora tal protecção nunca existiu. O que
existiu foi um polícia com a mesma figura do seu chefe caceteiro, afastar o
rapaz numa de o acalmar mas e sobretudo tapar-lhe a visão para que ele não
alcançasse com os olhos molhados a dantesca porrada a que o seu pai pelo chão
continuava sujeito, e assim bloqueado a humilhação suavisasse e o arfar se apagasse.
O polícia dito protector, sê-lo-ia, se investisse sobre o seu chefe algoz e o
chamasse à razão de modo a fazê-lo parar as agressões que cometia barbaramente.
E então ele se colocaria do lado humano, mas esteve apenas do lado da
conivência, tal como os demais que sabem fazer “gravatas”. Não nos deixemos
enganar. A criança mal tratada não foi sossegada nunca mesmo quando viu o seu
pai passar-lhe ao lado e a subir a rampa, algemado. Louvem antes o diabo!
O comentarista tem toda a razão. É preciso aprofundar as situações e não observar de modo leviano. Nada há de extraordinário na acção do "polícia protector". Ele apenas segurou a criança enquanto o pai estava a ser agredido. Ir muito para além disto é folclore.
ResponderEliminarSubscrevo no essencial as palavras, ou se quiserem, o texto de Mouraria-Mouraria acerca do que se passou em Guimarães, cujo título é : Policia recusa louvor.
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