Estando com algum tempo, pensando no tempo que tenho
dissipado quase ao desbarato, sem me dar conta de tanto tempo perdido que já
perdi, em que esse tempo não passou de um mísero ceitil, que mesmo assim nunca
mais encontrarei, verifico quão importante e valiosa seria essa moeda se agora
voltasse a esse tempo que é tempo ido, apenas retido nas minhas memórias e
cinzelado no meu corpo que ora apresento.
E já crestado com tanto tempo que por mim passou, vivido em
muito menor espaço-tempo àquele que já perdi, eis-me naquela ‘barca bela’ que
para mim navegou sem vela, ao sabor de mil tormentas, qual indefesa pagela, em
que o que nela se escrevia nada valia.
Todavia, no mesmo espaço-tempo existe muita ‘boa gente’,
dita ‘temente a Deus e seguidora de todos os Seus preceitos e outras boas
práticas sociais’, que continua neste temporal estado de vida terrena,
antecâmara ou cais de embarque para a terminal ‘passagem para a outra margem’, abarrotada de ouro, jóias e pedrarias, roubados aos seus concidadãos, com
julgasse que os seus caixões ou baús tivessem gavetas ou cofres para os
armazenar, ou até ligações a paraísos fiscais, a fim de continuar a senda
criminosa de todas as falcatruas terrenas.
Meus caros amigos deste espaço terreno, só levamos – quando
partimos – o bem que a outrem façamos. E lembrem-se: só temos uma vida; não
queiramos, pois, privar o nosso semelhante de ter a sua própria vida,
deixando-o viver com o mínimo de dignidade perante todos, numa sociedade que é
composta por todos nós, sem excepção.
José Amaral
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