No panorama atual, onde o desemprego atinge níveis nunca antes conhecidos , torna-se imperioso que os recursos humanos acolham outras alternativas no seu percurso profissional.
O discurso político, está carregado de uma palavra que de tanto ser utilizada, já se tornou parte integrante do nosso léxico: o empreendedorismo.
De repente , como que por um passe de mágica, Portugal, viu-se transformado no paraíso dos empreendedores : pessoas que confrontados com o flagelo do desemprego, se viraram para este pequeno" grande" nicho empresarial, com o intuito de abrir o seu próprio negócio. No entanto, a alavancagem que se deu ao uso desmesurado deste termo, veio descaracterizar a tão nobre arte de empreender. Portugal, é conhecido por ser um País, sem uma cultura empreendedora de raiz, talvez devido ao facto de durante muitos anos termos pensado que era a trabalhar para o Estado, que nos sentíamos mais seguros e confiantes . Nunca pensamos em sair da chamada "zona de conforto" e nem sequer sabíamos que essa zona existia, a não ser quando em 2008 a crise nos bateu forte. Desde então, temos optado por trazer para a luz do dia, um discurso assente na criação de novas empresas, fazendo do empreendorismo, um alvo fácil de alcançar e de com isso atingir as nossas metas entretanto traçadas.
É certo que esta crise, veio potenciar o aparecimento de novos criadores e com eles o surgimento de novas e refrescantes ideias, que vieram aproveitar muitos setores em franca expansão como é o caso do turismo. Não podemos porém, desbaratar a arte do empreender, só porque agora nos da mais jeito ou serve melhor os nossos propósitos. Se é para empreender, então que nas escolas, se comece a leccionar tudo o que tenha a ver com o empreendedorismo , para com isso contribuirmos para o aparecimento no futuro, de pessoas com mais e melhor visao , dotadas de uma capacidade empreendedora e fazedora, onde as ideias sejam traduzidas em resultados.
Parece que repentinamente , quer tudo virar empresário sem ter sequer a noção das dificuldades iniciais na implementação de um projeto ou uma ideia. As bases precisam de estar lá , e de serem sólidas na aplicabilidade desse redesenhar do mapa empresarial nacional.
Mais uma vez reforço a ideia de que é na escola e no ensino que tudo começa: daqui por uns anos, o empreendorismo , á semelhança do que se tem verificado atualmente , vai ter uma preponderância cada vez maior, devido á crescente autonomia do ser humano e á liberdade profissional que as novas gerações vão querer almejar; tanto assim, que as atuais gerações , vão por certo questionar esses novos fazedores de ideias, lançado a questão do milhão de euros : Quem és tu, empreendedor? Que queres fazer no mercado de trabalho?
Não é de todo mal empreender ; pelo contrário, é preciso que cada vez mais, as pessoas tenham consciência de que pode ser aqui que reside muitas das suas competências adquiridas ao longo de uma vida e que aqui mora outro género de futuro. No entanto, e até lá ,defendo uma melhor articulação entre a vida empresarial e o ensino, por forma a conferir a quem se quiser lançar por conta própria, ferramentas importantes na aquisicao de novos e profundos conhecimentos sobre a arte em questão. Empreender é preciso mas com saber e competências, melhor ainda.
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