quinta-feira, 5 de novembro de 2015

ÀS APALPADELAS

                                        O ELEFANTE DA CRISE

É conhecida a “parábola do elefante”, contada por um poeta persa, que descreve a cena em que uns hindus exibem um elefante perante pessoas que nunca tinham visto tal paquiderme, mas fizeram-no em local escuro.
Não podendo ver o bicho, as pessoas eram convidadas a identificá-lo por contacto das mãos. Assim, a que apalpou a tromba disse que tinha a forma de cano de água; a que apalpou a orelha descreveu-o como parecendo um leque; a que apalpou o dorso disse que parecia um grande tronco e a que apalpou a perna disse que parecia uma coluna…
Se imaginarmos o elefante no centro de uma praça, em pleno dia, representando a crise do país, e convidarmos políticos de todos os quadrantes a tentar identificar a “coisa”, o mais certo é que também não vão chegar a uma conclusão plausível para a resolução dos problemas que temos pela frente; cada um irá sugerir a sua panaceia.
É que há coisas que não se vêem por serem demasiado pequenas e outras por serem demasiado grandes… Já na primeira metade do século passado dizia Almada Negreiros: já tudo foi dito quanto à forma de salvar Portugal, só falta salvar Portugal!
                                          …///…
                                  VISITANDO UM SÁBIO
Há muitos anos, um turista americano que viajava pelo Egipto quis conhecer, no Cairo, um famoso sábio.  Ao ser recebido, o turista ficou espantado por ver que aquele famoso homem morava num quartinho despido de móveis e cheio de livros amontoados.
-Onde estão os seus móveis – perguntou
-E onde estão os seus – respondeu o sábio
- Mas eu estou aqui só de passagem – respondeu o primeiro
- Também eu – respondeu o segundo…

NOTA – Apontamentos diversos, transcritos por
 Amândio G. Martins



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