EGOÍSMO,
MESQUINHÊZ, RACISMO E O QUE SE QUEIRA…
Tem sido
possível, nos últimos tempos, ler e ouvir, um pouco por todo o lado, coisas
verdadeiramente miseráveis acerca da “meia dúzia” de refugiados árabes que nos
caberá receber, em concertação com a União Europeia.
E sobressai,
em muito do que é expresso, o que de pior há no ser humano: racismo, mesquinhez,
egoísmo, inveja, enfim, autêntica miséria moral!
Por baixo do
verniz da civilização a vida é feia e brutal – dizia Thomas Hobbes; mas também
“é muito difícil sentir desprezo pelos outros quando nos vemos ao espelho” –
dizia Harold Pinter…
Tenho para
mim que muitos daqueles que atacam as pretensas “benesses” com que serão
acolhidos os infelizes refugiados não serão más pessoas, na medida em que não
se deve atribuír à maldade aquilo que a estupidez explica perfeitamente.
É dos abismos
da miséria que sai a violência. E há na Terra trabalho e comida para todos. As
arrepiantes discrepâncias que deveriam tirar o sossego a qualquer ser humano
digno dessa designação, devem-se à exploração e ganância crapulosas de uns e à
incompetência e desosnetidade política de outros.
É a náusea
que provocam, às pessoas para quem a solidariedade é um valor sem preço, quando
têm o desplante de afirmar, logo no início das suas arengas, “atenção que não
sou racista, nem egoísta, mas primeiro nós, depois nós, e no fim, se da nossa
mesa caírem algumas migalhas, então sim, autorizemos que as venham recolher,
mas debaixo da mesa, se faz favor, não sentados ao nosso lado”!
“O meu país é
o mundo, fazer o bem a minha religião”– dizia Tom Paine, revolucionário inglês
e um dos pais da independência americana.
Permito-me
terminar com um provérbio budista:
“Quando o dedo mostra a Lua, o imbecil olha para o dedo”…
Amândio G. Martins
Excelente, amigo Amândio! Parabéns!
ResponderEliminarAs minhas saudações, senhor Ramalho. Apetece perguntar que terão os infelizes refugiados a ver com as malfeitorias com que um Governo celerado nos tem afrontado com sádica violência...
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