domingo, 8 de novembro de 2015

Desejo de requinte


«Se Portugal e os Portugueses estivessem primeiro, os números de 4 de Outubro último deveriam ser interpretados não apenas como uma vitória da Coligação, mas também como uma derrota (olhando para os 738.754 votos perdidos em relação a 2011) de Passos Coelho e de Paulo Portas. E sendo assim, com um Governo minoritário no Parlamento, porque não estas alminhas não terem entendido isto não só como um cartão amarelo ao PSD e ao CDS… mas também como um cartão vermelho a eles próprios?
Por incrível que pareça, o Zé-povinho até se foi resignando às duríssimas medidas de austeridade apresentadas ao longo da última legislatura!
Estranhamente, quiçá induzido pelos comprimidos do Futre (agora com dupla potência) o motor de arranque económico começou a querer pegar no sector imobiliário, no sector automóvel… e até no pequeno “sex-shop” lá do bairro!
Apesar de tantos cortes, dizia-se que a taxa de poupança também estava a dar sinais da sua graça (ou da sua da desgraça, sabe-se lá)!
O Nordeste Brasileiro, as Caraíbas e Cabo Verde (seguindo o exemplo dos chocolates do Ambrósio), começaram a ter novamente procura no seu tempo próprio, ou por confiança ou por desconfiança no repentino e estranho desejo de requinte da “patroa” (sic)!
Enfim: Face ao abstracto quadro com que o País se confronta, fossem eles (Coelho e Portas) verdadeiros políticos, estadistas, ou que lhe queiram chamar e poderiam muito bem ter dado o golpe de misericórdia a Costa, fazendo-se afastar e nomeando para Primeiro-Ministro e Vice Primeiro-Ministro, dois outros nomes de peso dos seus respectivos Partidos (que julgo havê-los)… mais credíveis, menos arrogantes, mais dialogantes e menos entediantes! Isto, se Portugal e os Portugueses estivessem primeiro!»
António Carvalho, Gouveia
(Público, 7-11-2015)

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