segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Quem está a aguçar o lápis azul da censura?


Tenho andado a cogitar sobre a liberdade de expressão. E fico muito perplexo pelo facto de, após já longos 41 anos em que o lápis azul da censura cessou funções mutiladoras das mais variadas opiniões, as normas legais e democraticamente estabelecidas ainda não sejam cumpridas em toda a sua plenitude, ou, então, deliberadamente enfermam de graves lacunas aplicativas.
Assim, sem se beliscar a idoneidade do que se escreve ou fala, com decoro e urbanidade, tudo deverá ser dado a conhecer dentro de tais parâmetros legais estabelecidos, doa a quem doer.
Ou passadas quatro décadas, os doutos crânios das leis de Imprensa e afins, em vez de as precisarem em tais termos legais, mais facilmente se dão ao desfrute de aguçar o lápis azul, desenterrando-o?

nota: texto publicado no METRO, na sua edição de 4/11


José Amaral

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