terça-feira, 25 de setembro de 2018


Ao “Deus-dará”...


Dos carregamentos de refugiados que constantemente chegam ao Sul da Europa, com o declarado objectivo de, a paritr daqui, poderem aceder aos países do Centro e Norte, além da Inglaterra, constam grande número de menores separados dos pais, uns porque são órfãos e outros recambiados pelos familiares à aventura.


E são aos milhares, que depois vagueiam pelas ruas sem rumo, porque os serviços de acolhimento dos países procurados já não têm capacidade, recolhendo-se à noite, muitas vezes, em instalações precárias das forças policiais, onde pernoitam empilhados pelo chão; estes menores precisam de acompanhamento e escolaridade para poderem ser integrados nas sociedades aonde chegam,  mas a Direita trepa pelas paredes sempre que ouve falar em dar-lhes boas condições, pois temem aquilo a que chamam “efeito chamada”, significando que se constar que não lhes falta nada vão chegar cada vez mais.

Dos voluntários que percorrem o mediterrâneo a vigiar, recolher e transportar em segurança não se pode esperar outra coisa que não seja isso e descarregá-los em porto seguro, mas não há depois uma saída digna e muitos desses menores sem família, que só em espanha, nos últimos dois anos, rondaram os 5 mil, desaparecem sem deixar qualquer pista, temendo-se que tenham sido levados por um sinistro caminho...


Amândio G. Martins

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