Não podemos circular fora deste esquema: autocarro, hotel e locais a visitar. Não podemos sair do hotel e dar uma volta pela cidade; não há manhã ou tarde livres. Andámos de metro, mas sempre acompanhados pelas guias e pelo homem das filmagens.
Não podemos tirar fotografias a edifícios inacabados; não podemos tirar fotografias onde (mesmo que seja em fundo) inclua soldados; as fotografias aos grandes líderes têm de ser de corpo inteiro (só busto é proibido); não se pode fotografar apenas 1, têm de ser os dois; não podemos estar de costas para os líderes (uma senhora do grupo sentou-se ao fundo da escada para descansar um pouco e pediram para se levantar porque estava de costas para os líderes); na visita ao mausoléu onde estão o pai e o avô do actual líder, não se pode falar nem...assoar.
A qualquer lado onde chegamos é-nos informado o que podemos ou não podemos fotografar.
Começo pelo edifício: enquanto no nosso Portugal os alunos e professores se queixam com regularidade que chove na sala (ou que o tecto está a cair) onde se ensina música ou dança, o edifício na capital da Coreia do Norte onde se ensinam estas artes tem uma parte frontal que me fez lembrar o edifício da reitoria, em Lisboa, acrescido de duas partes laterais.
Assistimos a uma aula de ballet clássico por crianças de 10/12 anos, que me fez pensar que o nosso país (e não só) está muito longe do nível ali apresentado: nota-se claramente que existe grande investimento nesta área.
A seguir, e porque era quinta-feira, assistimos a um espectáculo no auditório, com entrada livre: dança, música, canto, acrobacias, etc.
Tudo muito bem executado, tudo muito bem sincronizado, com entradas e saídas de palco, sem uma única falha. ESPECTACULAR.
Assistimos a outro espectáculo no estádio 1º de Maio, o qual só se realiza de 5 em 5 anos.
Com centenas de participantes, também nas várias áreas: foi a primeira vez na vida que assisti a 8 pianistas a tocar ao mesmo tempo.
Poderá eventualmente ter passado notícia deste evento nos nossos telejornais, porque dois dias antes da nossa ida, estiveram presentes os presidentes das duas Coreias, dado que tiveram uma cimeira nos dias 18 e 19 de Setembro, e foram juntos a este espectáculo.
O povo da Coreia do Norte é de uma afabilidade extraordinária.
Pena que um pequeno pormenor não nos deixe um pouco de liberdade para fazermos o que fizemos hoje em Seoul, capital da Coreia do Sul: tempo livre para irmos para onde nos apetece.
E o que me trouxe à memória o meu Ribatejo da infância foi a total ausência de maquinaria, tudo é feito pelo braço dos homens e das mulheres.
Se por um lado a ausência de máquinas pode contribuir para ausência de desemprego, poderemos prever que a entrada desses meios na actividade agrícola, poderá contribuir para esse flagelo.
Nesse desfile são também exibidos mísseis em cima de veículos.
Este ano, e pela primeira vez, este evento não contou com a presença dos mísseis.
Sinal de mudança? Talvez.
Pormenor: mesmo fora do período do desfile, não se pode circular a pé neste espaço.
As notícias são repetidas várias vezes.
Há o canal Al Jazeera, mas apenas nos quartos do hotel para os turistas. Nem os funcionários do hotel podem ver este canal.
Obrigado pela sua informção vivida "in loco". Ainda para mais dada de uma forma tão objectiva e neutra.
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