1 - Por favor não me batam mas continuo a achar que o mundo
está um pouco de pernas para o ar. Refiro-me a tantas dificuldades que
instituições sociais têm para resolverem pequenos problemas e depois os
jogadores de futebol são transaccionados por milhões de Euros. Recordaram-me
que há séculos atrás, para que o povo estivesse entretido e não guerreasse fora
dos períodos de guerras que os imperadores promoviam, havia aqueles
espectáculos de deitarem pessoas aos leões e o povo aplaudia e tinha temas para
conviverem e discutirem durante uns largos meses. Agora temos os jogos de
futebol começando pelas transmissões directas dos jogos, os comentários antes,
durante e depois. Temos também informação detalhada sobre os milhões de Euros
que uns pagam e outros recebem. E a vida faustosa que muitos jogadores podem
levar só porque andam de calções a correr atrás de um bola que rebola e entra
nas redes do campo contrário e lá é assinalado o tal golo que até faz soltar as
lágrimas aos mais sisudos. Entretanto médicos, enfermeiros e demais
especialistas de saúde continuam com vencimentos magros, sem equipamentos
disponíveis para ajudarem o cidadão a ter uma vida saudável e mais feliz. Mas
estes jogadores têm os melhores médicos, fisioterapia especializada, técnicas
de recuperação que os mantenha sempre ao mais alto nível de saúde. Parece que
tudo no Desporto se resume ao Futebol esquecendo-se até as muitas medalhas e
boas prestações a nível mundial que muitos dos nossos Atletas têm conseguido e
pouco ou nada se vê e ouve na comunicação social sobre os Paralímpicos. Para
quando umas longas tardes, repetições e comentários nos vários canais de TV das
provas de Atletismo, Natação, Paralímpicos…
2 - Um assunto completamente diferente mas que considero que
devia ter mais atenção dos poderes instituídos são os imóveis degradados que se
deixam ao abandono mesmo quando só restam ruínas. Já por diversas vezes tenho
referido isto. Parece que há legislação que aumenta o IMI dos prédios
degradados mas há quem me diga que praticamente não é aplicado e que o problema
é que muito deste abandono é motivado por problemas de partilhas ou de não se
ter registo dos proprietários. Realmente se muitos imóveis pertencentes a
entidades oficiais continuam ao abandono como haverá força para obrigar os
particulares a actuarem dentro do razoável? Para quando iremos ver uma actuação
inteligente e cuidada de quem tem “poder” para que se faça um levantamento
completo dos imóveis vazios e mesmo degradados e promova o seu rápido
aproveitamento para se responder às necessidades de creches e residências de
estudantes e de reformados, faltas estas que todos os dias aparecem na
comunicação social? Gostava que o Município de Oeiras desse o exemplo neste
aproveitamento do imobiliário e que até ao fim do presente mandato Oeiras estivesse
por este motivo nas bocas do Mundo.
Maria Clotilde Moreira
Costa do Sol – 5 a 11.09.2018
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