segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O juiz colunista


Quando li, e fi-lo várias vezes, os textos de Manuel Ramos Soares a que o Público deu guarida – e bem, na altura – nas suas páginas, longe me ia do pensamento que o seu autor pudesse praticar certos actos que me deixam revoltado. Pensava mesmo que a sua índole e formação seriam sempre contrárias ao que agora sou levado a concluir. Há bem pouco tempo, titulou assim um dos seus textos: “O que é imoral não pode estar certo”. Arrepia pensar que a administração da justiça possa estar nas mãos de quem pensa e sente como este co-autor de mais um repugnante acórdão da Relação do Porto. Conforta-o, certamente, o apoio da Associação Sindical dos Juízes, da qual, curiosamente, Manuel Soares é presidente.

O Público já lhe deu setas vermelhas, e, mais uma vez, fez muito bem. Mas andou tempo demais a convencer-nos de que o homem era digno de passar a sua mensagem. E, afinal, parece que não é.

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