"Assim Falava Zaratustra" de Nietzsche deu-me a volta à cabeça, juntamente com Jim Morrison, aos 18/19 anos. Alertou-me para o facto de os homens gostarem de ser escravos, rebanho, homens pequenos. Ou então macacos que trepam uns para cima dos outros em busca do dinheiro, do poder, do sucesso, seres que mercadejam. A isto opõe-se o homem criador, o homem superior, aquele que se passeia na corda-bamba do devir, que faz da vida um experimento permanente, o menino e o bailarino.
Sou um poeta. Não viemos ao mundo para comer, beber e ganhar a vida. Julgo que vim com uma missão. Passar mensagens. Dar-me aos outros no palco. Partilhar.
A vida não pode ser tão entediante e monótona. O capitalismo tem destruído a vida. Há cada vez mais pessoas doentes e conversas desinteressantes. As pessoas abrem-se pouco umas às outras. Têm medo. De perder o emprego, de perder a posição, de perder as posses. Há cada vez mais solidão. O amor, a amizade, acontecem cada vez mais a espaços. A tecnologia mecaniza tudo. As imagens estão por todo o lado. Os mercadores acumulam e passam. As bolsas, os mercados e os políticos prosseguem a dança. E o povo deixa andar. E o povo aplaude o circo. Gosta de se sacrificar. Gosta de ser escravo.
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