quinta-feira, 13 de setembro de 2018

CONTRASTES




No passado dia 1 deste mês, o JN publicou mais um excelente trabalho sobre um assunto que é uma autêntica nódoa. Uma vergonha nacional. A forma como são tratados tantos dos animais de estimação, nomeadamente cães e gatos, neste país.
No próximo dia 22, entra em vigor a lei que proíbe o seu abate. Como os 161 centros de recolha que existem para os 308 municípios estão superlotados, e como o abandono não vai parar, vai aumentar exponencialmente a quantidade de animais errantes. A Associação Nacional de Veterinários Municipais (Anvetem), teme que este facto, cause graves problemas de saúde pública, nomeadamente o regresso da raiva. Ou seja, nesta matéria, podemos recuar 30 anos. Mas, a Anvetem tal como a Ordem dos Médicos Veterinários, concordam com o fim do abate. Diz mesmo esta instituição, que há colegas a abandonar a profissão por não o conseguirem fazer.
Segundo a Anvetem, o ano passado, foram recolhidos 40 mil cães e gatos. Há cinco vezes mais animais para recolher que a capacidade dos canis. Portanto, para aquela associação; “ Tem de haver sensibilidade nas escolas, desde tenra idade, que nem todas as famílias podem ter animais. Tem de haver uma identificação dos animais e uma fiscalização e punição exemplares. Isto são políticas a 10/15 anos. Não podemos tratar os cães ( e gatos. Acrescento eu) como resíduos urbanos”.
De 2 a 9 deste mês, percorri 1611 quilómetros em Inglaterra e Escócia. De Manchester a Londres, passando por Edimburgo, Glasgow, Liverpool e Oxford. Para além de não ver lixo nas bermas das estradas como aqui na nossa querida pátria, não vi um único cão abandonado ou acorrentado, assim como também não vi gatos nessas circunstâncias. Os poucos que vi, andavam devidamente acompanhados pelos respetivos donos ou donas. Será assim tão difícil? Não! Basta três coisas: civismo, sensibilidade, e cumprirem-se ou fazerem-se cumprir, as leis. É o que aqui, pelo menos nesta matéria, como se sabe, desgraçada e vergonhosamente não acontece.
Francisco Ramalho
Corroios, 12 de Setembro de 2018




2 comentários:

  1. Tem toda a razão, companheiro Francisco. E mais lhe digo: 'quanto mais conheço o homem, mais gosto de animais irracionais', pois o 'dito racional' é mais parvo do que pensa.

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  2. Mais parvo e, sobretudo, pior. Claro que há muitas excepções. E ninguém é perfeito. Longe disso! Era bom que entre nós, humanos, pelo menos os que de alguma for convivem, como por exemplo aqui neste espaço, houvesse mais respeito e tolerância pelas opiniões dos outros.

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