No passado dia 1
deste mês, o JN publicou mais um excelente trabalho sobre um assunto
que é uma autêntica nódoa. Uma vergonha nacional. A forma como são
tratados tantos dos animais de estimação, nomeadamente cães e
gatos, neste país.
No próximo dia 22,
entra em vigor a lei que proíbe o seu abate. Como os 161 centros de
recolha que existem para os 308 municípios estão superlotados, e
como o abandono não vai parar, vai aumentar exponencialmente a
quantidade de animais errantes. A Associação Nacional de
Veterinários Municipais (Anvetem), teme que este facto, cause graves
problemas de saúde pública, nomeadamente o regresso da raiva. Ou
seja, nesta matéria, podemos recuar 30 anos. Mas, a Anvetem tal como
a Ordem dos Médicos Veterinários, concordam com o fim do abate. Diz
mesmo esta instituição, que há colegas a abandonar a profissão
por não o conseguirem fazer.
Segundo a Anvetem, o
ano passado, foram recolhidos 40 mil cães e gatos. Há cinco vezes
mais animais para recolher que a capacidade dos canis. Portanto, para
aquela associação; “ Tem de haver sensibilidade nas escolas,
desde tenra idade, que nem todas as famílias podem ter animais. Tem
de haver uma identificação dos animais e uma fiscalização e
punição exemplares. Isto são políticas a 10/15 anos. Não podemos
tratar os cães ( e gatos. Acrescento eu) como resíduos urbanos”.
De 2 a 9 deste mês,
percorri 1611 quilómetros em Inglaterra e Escócia. De Manchester a
Londres, passando por Edimburgo, Glasgow, Liverpool e Oxford. Para
além de não ver lixo nas bermas das estradas como aqui na nossa
querida pátria, não vi um único cão abandonado ou acorrentado,
assim como também não vi gatos nessas circunstâncias. Os poucos
que vi, andavam devidamente acompanhados pelos respetivos donos ou
donas. Será assim tão difícil? Não! Basta três coisas: civismo,
sensibilidade, e cumprirem-se ou fazerem-se cumprir, as leis. É o
que aqui, pelo menos nesta matéria, como se sabe, desgraçada e
vergonhosamente não acontece.
Francisco Ramalho
Corroios, 12 de
Setembro de 2018
Tem toda a razão, companheiro Francisco. E mais lhe digo: 'quanto mais conheço o homem, mais gosto de animais irracionais', pois o 'dito racional' é mais parvo do que pensa.
ResponderEliminarMais parvo e, sobretudo, pior. Claro que há muitas excepções. E ninguém é perfeito. Longe disso! Era bom que entre nós, humanos, pelo menos os que de alguma for convivem, como por exemplo aqui neste espaço, houvesse mais respeito e tolerância pelas opiniões dos outros.
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