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domingo, 16 de setembro de 2018
OS ESCANDALIZADOS
14 comentários:
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Como já debati com o Francisco Ramalho, há pouco tempo e neste blogue, o assunto, não vou repetir os meus argumentos. Embora, curiosamente, eu tivesse escrito sobre o voto dos comunistas portugueses e o Francisco desse um título bem mais restritivo, em que só de dirige aos "escandalizados" companheiros (pressuponho que de escrita), que serei eu e o Vítor Colaço que, espero, como opinativo que foi, venha a terreiro, embora tenha, obviamnete, o direito de não o fazer. Termino remetando o Francisco para a crónica de Vicente Jorge Silva, no PÚBLICO de hoje (16/9) com o título "O PCP prefere o fascismo à Europa?". Eu assiná-la-ia por baixo quase em 100%.
ResponderEliminarPeço desculpa por voltar mas esqueci-me de algo ralativamente importante. Eu manifestei-me triste (sic) e não escandalizado.
ResponderEliminarEvidentemente que o título " O PCP prefere o fascismo à Europa" é uma autêntica provocação que o Fernando subscreve quase a 100%. Nem ao CDS eu faria tal provocação. Aliás, não cometo a estupidez de considerar o CDS e ainda menos o PSD de fascistas. O Fernando considera o PCP,Por extensão também a mim e não só, o que é que eu hei-de fazer? Nada! É a opinião dele.
ResponderEliminarSó depois de publicar o comentário acima, é que reparei que o título tem lá um ? . Portanto, como se diz na Marinha, primeira forma: fica sem efeito. Aliás, não acredito que fosse aquela a opinião do Fernando, a quem considero um democrata. Não devo ter hipótese de ler tal crónica, mas confesso que também não vou fazer grande esforço para isso...
ResponderEliminarAfinal sempre fiz o esforço e li a crónica. Está bem escrita, com alguns exageros como aquele do olhar glacial do João Ferreira e não só.(não tenho aqui o jornal) Aliás, VJS começa por dizer que o título incomodará muitos militantes do PCP. Sei que determinadas posições do PCP são bastante incomodativas. Em relação a esta, eu não sou eurodeputado. Não a votei...
ResponderEliminarTal como o Fernando, o voto do PCP entristeceu-me. Mas, de certa forma, compreendo-o. Sem que ninguém ma tenha pedido, vou-lhes dar a minha opinião sobre o que pode ter acontecido.
ResponderEliminarO PCP é, provavelmente, o partido português mais coerente. Diria mesmo mais: cerebral. Porque, em obediência à “estratégia”, actua sempre com grande “tacticismo”, acautela o futuro e sabe que, mais tarde ou mais cedo, perante qualquer (im)posição da UE para com Portugal, terá de possuir incólume o argumento da não interferência na nossa própria soberania. Não pode, pois, dar-se ao luxo de abrir o flanco a que lhe “atirem à cara” que, no caso húngaro, se esteve borrifando para essa soberania. Tudo isto é perfeitamente compatível com o anti-europeísmo que eu, face a “esta” UE, compreendo muito bem e, amiúde, partilho.
Não tenho a mínima dúvida de que o que o PCP escreveu na condenação de Orbán é verdadeiramente “sentido”. Por outro lado, também não me admiro se idêntico “tacticismo” norteou alguns partidos de direita a votarem “correctamente”, como fizeram, aprovando as sanções contra a Hungria, sabendo que há bastantes probabilidades de elas não verem a luz do dia. É que há o direito de veto e há… a Polónia. Sempre dirão, mais tarde, “até votámos contra o Orbán, mas…”.
Pensando bem, a posição do PCP não me choca por aí além. Podia ser previsível. É por essas e por outras que o PCP se mantém vivo e actuante na Europa, ao contrário dos outros PC’s irmãos que “já eram”. Mas fica-me a pena de, mais uma vez, não ver o PCP a votar com algum sentimento e coração.
Aqui está uma análise muita lúcida, esta do amigo José Rodrigues. Apenas essa do sentimento e coração, será discutível. Sentimento e coração não tiveram Mariano Rajoy e Pedro Sanchéz. O primeiro celebrou um contrato de venda de bombas à Arábia Saudita. Agora Sanchéz hesitou em concretizá-lo mas acabou por lhe dar o aval. Ouvi esta madrugada na Antena 1, que para preservar as relações com a AS e honrar os compromissos do Estado Espanhol. O nosso compatriota António Guterres disse aqui há tempos que a situação no Iémen era a mais grave a nível mundial. Trata-se de uma guerra bárbara e desigual. A AS é uma potência regional e o Iémen um pequeno país. Como se sabe, até autocarros transportando crianças, hospitais, etc., têm sido dizimados. Sanchéz teria dignificado o Estado espanhol e a Espanha ao não contribuir para aquela miserável carnificina, ou pura e simplesmente demitir-se. Não o fez. Autorizou a venda de 9,2 milhões de euros de bombas de grande precisão (guiadas a lazer). Quantas vidas e bens materiais irão destruir? Vem isto a propósito do Fernando Rodrigues por vezes em diálogo comigo evocar Estaline. Compreendo-o! Mas só trago o correlegionário ideológico do Fernando, Sanchéz, à baila, por causa disso. Que diferenças há entre um e outro? Um provocou a morte de mil e este de cem? Nem eu nem o Fernando temos nada a ver com as acções de um ou de outro. Eu e o Fernando não matámos nem mataríamos ninguém.
EliminarO José Rodriges chama coerência aquilo que eu chamo, no mínimo, de teimosia. Coerência seria actuar segundo uma doutrina que lhes informasse as atitudes praticadas que é coisa que os comunistas nunca fizeram. Ou o marxismo ideológico foi posto em acção na praxis comunista da União Soviética, de que o PCP é um fiel deguidor? Não seguiram a doutrina mas seguem a praxis que tão maus resultados deu, até para eles mesmos. E depois, o José faz uma análise do mais cerebral que existe ao especular sobre o voto "arrevezado" da direita que teria a cabeça já no que a Polónia irá fazer no Conselho! Eu não digo que não possa ter razão mas... que não votaram a favor do fascista Orban, é um facto e muito relevante. Termino, se mo permite, com uma pergunta: o José é contra a Europa como um "coisa má" ou gosta dela mas não de muitas das suas políticas? É que o PCP não "pode com ela", de tal modo que «, como no caso vertente, até "vende a alma ao diabo". Daí a minha tristeza sem me escandalizar. Eu sou europeu e pró-Europa, melhorando-a por dentro e não minando-a. Eu naõ quero que o PCP vote com "sentimento e coração", queria era que nunca, mesmo por tacticismo, fosse coerente com a doutrina e nunca votasse ao lado de "porcos".
ResponderEliminarUma nota para o Francisco Ramalho: a sua "pirueta mental" para conseguir equiparar Sanchez a Estaline é patética! Acho que nem você mesmo acredita no que disse. Mas se acredita nisso e não se serviu duma mera abstrusa figura retórica, olhe... "siga a Marinha" pois já vale tudo!
Caro Fernando,
EliminarComeço pela resposta à pergunta que me faz. Não sou contra a Europa e tenho até grande admiração pelos ideais da fundação. Que, convenhamos, vezes demais são atirados para trás das costas. No entanto, tenho grandes reservas e discordâncias relativamente a muitas coisas que vejo serem feitas "à sombra" da Europa. Nem de propósito, num artigo hoje publicado (o meu comentário é de ontem) no Público, que sei ser o seu jornal, assinado por Ricardo Cabral, vêm lá algumas dessas coisas. Socorro-me dele e, embora sem licença do autor, vou respigar:
“… as previsões da Comissão são enviesadas, porque os seus técnicos têm um incentivo a errar por excesso de precaução.” Incentivo?, pergunto eu, mas ele explica qual.
“… muito provavelmente tem como consequência menores taxas de crescimento económico, do investimento, do emprego e da produtividade nos países devedores da zona euro.”
“… a Comissão não reconhece que errou…”
“… a Comissão defende que a despesa pública e, em particular, salários de funcionários públicos e pensões… tem de continuar a cair…”
“Com tais regras e tais previsões a Comissão Europeia coloca em causa as democracias!”
“… a Comissão não acredita nas previsões do presidente do Eurogrupo…”
“O comportamento das autoridades europeias é altamente discricionário… Há governo de homens (dos países credores) e não de leis.”
“… embora seja fundamental reduzir o nível da dívida pública, o objectivo primeiro da política orçamental não é esse, mas sim promover o desenvolvimento da economia portuguesa e do nível de vida dos portugueses.”
Subscrevo todas as frases que citei, o que já não é pouco, relativamente à visão crítica que tenho do funcionamento “desta” Europa. Estou mesmo convencido de que o sonho de Jean Monnet nunca preconizaria o estado a que se chegou.
Mas, para acabar, devo dizer-lhe que, não há muito tempo, li o livro do Varoufakis, “Comportem-se como Adultos”. A acreditar no que li – e não tenho motivos para o não fazer – aquela gente de Bruxelas não é flor que se cheire.
Quanto ao mais, sou europeu e, dentro das minhas reduzidíssimas possibilidades, tentarei que o projecto – indispensável na globalização – vingue, sempre no respeito das pessoas e dos países, em paridade e em justiça, sem o uso da força, seja ela militar ou financeira.
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EliminarNão dou mais para este "peditório" que o Fernando insiste em manter. As bombas espanholas serão inofensivas?
EliminarObrigado por responderem, José e Francisco. Respostas diferentes, como é óbvio e já era esperado. Em tudo. A mim resta-me reafirmar o meu convicto europeísmo, discordando das "maleitas" que esta Europa está a sofrer. E, talvez por isso, a precisar de convicções que, lutando pela mudança, lutem também pela sua existência. Cada vez mais, de modo a evitar fascismos feitos por Orbans, Salvinis e "tutti quanti" e bem suportados por tacticismos daqueles que dantes eram internacionalistas e agora são "estrénuos" defensores do estado-nação xenófobo, fragmentado e ideologicamente egotista. Se não foi com "cão" tentarão caçar com o "animal" que estiver mais à mão. Não serei eu a acabar com diálogos que, esses sim, não insisto em manter mas a que não fujo.
ResponderEliminarPois claro! O Fernando é que é o grande, o intrépido,defensor da democracia! Os que se situam à esquerda da sua social-democracia, são xenófobos, egotistas e criadores de fascistas. Palavras para condenar quem arma outros fascismos , outros fanatismos criminosos, nem uma! Portanto, esta teimosia, esta pretensão de ter sempre razão, esta intolerância, desvalorização e anátemas sobre os outros, é que me obrigou a voltar a dar para este "peditório".
ResponderEliminarO clássico ataque "ad hominem". Também não é novo. Passe bem.
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