A corrupção entra-nos pelos olhos dentro, mas Cândida Almeida, ex-PGR, numa universidade de Verão para jovens do PSD, disse que não havia corrupção em Portugal(!). Sugestivo… Já o saudoso fiscalista Saldanha Sanches defendia que Portugal teria um nível de vida igual ao dos
países nórdicos, sem corrupção! Os decisores políticos não têm prioridade no combate à corrupção. Porquê? As chagas campeiam: políticos; autarcas; agentes desportivos; banqueiros e por aí fora, O dinheiro do contribuinte tem, também, de ser usado para atacar este miserável flagelo. É na escola que se industriam as crianças para a cidadania, para que prevaleçam os valores do ser e do estar em primeiro lugar.
Urge robustecer a competente Polícia Judiciária com meios e verbas, pois é a única autoridade capaz de enfrentar e proceder ao seu combate. Assistimos à ineficácia da justiça e ao discurso político que mascara mais a situação, ao invés duma actuação que corte os tentáculos do polvo! É imperioso legislar para haver higiene nos procedimentos vindos dos escritórios de advogados, cujas interesses são (bastas vezes) os deputados advogados que os servem em detrimento da República. Os maus exemplos sobejam…
Foi arquivado um elevado número de processos por corrupção em 2017(!), assim como as condenações foram menores… ‘’É por terem falhado no combate à corrupção que as democracias liberais estão em risco. Os cidadãos desistem da democracia quando sentem que a democracia desistiu deles e que as instituições públicas estão capturados por interesses privados’’!, disse João Paulo Batalha, Presidente da Transparência e Integridade, ao PÙBLICO. Subscrevo. É verdade que uma Comissão Parlamentar na AR tem um dossiê sobre corrupção, em mãos, há três anos?
Vítor Colaço Santos
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