A entrevista do administrador da VW Andreas Tostmann ao PÚBLICO confirma que o capital despreza completamente as pessoas. Sem discutir a agudeza do raciocínio aplicado à obtenção da máxima eficiência (lucro), nem o peso da marca alemã na economia portuguesa, assusta o tom de naturalidade com que se diz (e ouve) que, por causa da greve dos estivadores, a VW esteve perto de mandar 6 mil pessoas para casa. Na genialidade da sua gestão, e porque “somos muito ambiciosos”, Tostmann avisa que, sem “estabilidade”, a VW poderá desviar da Autoeuropa os 110 milhões de Euros planeados para investir em 2019, isto é, ou os trabalhadores portugueses têm juízo ou ficam a “ver navios”. Podem, contudo, ficar descansados porque, assegura o director-geral da Autoeuropa, Miguel Sanches, “por agora”, não se vai aplicar nenhuma reestruturação (despedimentos) em Palmela.
Tão pródiga em “avisos”, não é a VW avisada de que o sistema não vive sem pessoas? Mesmo que não sejam necessárias para a produção de veículos, são-no para os comprarem. Ou não?
Público - 25.02.2019
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