Tal
como os meninos alentejanos até quase ao 25 de Abril, o Zé andou
descalço até aos 10 anos. Depois, compraram-lhe umas botas para ir
trabalhar com o pai nas pedreiras do Zambujal de Sesimbra para onde
tinha emigrado com os pais e irmãos, no dizer do seu pai, “para
não morrermos de fome no Alentejo”. Como se sabe, era assim o
Alentejo. Uma terra de fartura, mas apenas para alguns. Depois, com o
25 de Abril, e a Reforma Agrária, e “como a sede de uma espera só
se estanca na torrente”, como canta o Sérgio, houve alguns
compreensíveis excessos que deveriam ter sido corrigidos não fosse
quem entretanto subiu ao poder ter liquidado uma das mais belas e
justas conquistas da Revolução dos Cravos; a Reforma agrária.
Assim
está a Venezuela. A revolução Bolivariana, também
compreensivelmente teve excessos que pretende agora, gente mais ou
menos politicamente como a que liquidou aqui com a nossa Reforma
Agrária, não corrigir, mas sim acabar com ela. O homem de mão dos americanos, Guaidó,
admite uma invasão externa que leve a democracia ao seu país. Tal
como levaram para o Chile, Iraque, Líbia ou tentaram na Síria.A
democracia made in USA, evidentemente!
Francisco
Ramalho
Corroios,
9 de Fevereiro de 2019
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