sábado, 9 de fevereiro de 2019

A VENEZUELA E A REFORMA AGRÁRIA




Tal como os meninos alentejanos até quase ao 25 de Abril, o Zé andou descalço até aos 10 anos. Depois, compraram-lhe umas botas para ir trabalhar com o pai nas pedreiras do Zambujal de Sesimbra para onde tinha emigrado com os pais e irmãos, no dizer do seu pai, “para não morrermos de fome no Alentejo”. Como se sabe, era assim o Alentejo. Uma terra de fartura, mas apenas para alguns. Depois, com o 25 de Abril, e a Reforma Agrária, e “como a sede de uma espera só se estanca na torrente”, como canta o Sérgio, houve alguns compreensíveis excessos que deveriam ter sido corrigidos não fosse quem entretanto subiu ao poder ter liquidado uma das mais belas e justas conquistas da Revolução dos Cravos; a Reforma agrária.
Assim está a Venezuela. A revolução Bolivariana, também compreensivelmente teve excessos que pretende agora, gente mais ou menos politicamente como a que liquidou aqui com a nossa Reforma Agrária, não corrigir, mas sim acabar com ela. O homem de mão dos americanos, Guaidó, admite uma invasão externa que leve a democracia ao seu país. Tal como levaram para o Chile, Iraque, Líbia ou tentaram na Síria.A democracia made in USA, evidentemente!
Francisco Ramalho
Corroios, 9 de Fevereiro de 2019

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