Má vizinhança

Com alguma frequência há pessoas a queixarem-se do barulho que os vizinhos fazem não só durante o dia mas especialmente durante a noite. São discussões, rádio ou televisão em altos gritos, portas atiradas, e até gritaria nas escadas ou nos elevadores. Há famílias que se levantam muito cedo e de chinelos de solas, tipo tamancos, acordam sem dó nem piedade quem mora por baixo e que muitas vezes até porque dá assistência a familiares doentes não descansa correctamente durante a noite. Em reuniões de condóminos o assunto é falado e pedido aos vizinhos “mal comportados” para terem mais cuidado. Muitas vezes todos se excluem de tais procedimentos. Durante uns tempos as coisas melhoram mas depressa tudo volta à falta de sossego. Que fazer? Lá se vai suportando e “suplicando” a quem incomoda um pouco mais de cuidado.

Depois há quem mora em zonas comerciais onde são frequentes as cargas e descargas que muitas vezes também são realizadas ldurante a noite e lá se vai suportando estes incómodos e reclamando a maior das vezes sem qualquer sucesso. E temos também os cafés e restaurantes que não tendo um escoamento correcto vamos comendo os cheiros das chaminés. Os horários de certos estabelecimentos até são bem respeitados mas muitas vezes, principalmente nas noites amenas ou de verão, os clientes ficam pelas imediações conversando em voz alta até se dispersarem.

Neste nosso Município até há bares inseridos em zonas residenciais que atraindo muitos amantes da noite incomodam um número significativo de moradores.

E não só  no Município de Oeiras como em muitas terras do nosso País estes problemas de má vizinhança são um dia a dia. Haverá maneira dos minimizar? Claro que vai havendo algum êxito no relacionamento constante com os nossos vizinhos, com o pedido de intervenção das autoridades quando o problema se passa no espaço público mas também com alguma frequência as autoridades não estando na hora certa em cima do problema eles vão arrastando-se como acontece com restaurantes ou bares que até têm licenças em dia. Licenças que foram mal concedidas não tendo em conta os horários autorizados e a sua localização. Vamos esperar que as nossas autoridades comecem a ter mais atenção nas licenças que passam e na sua fiscalização.

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 13.02.2019