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"Veracruz". A Cleo. O António. Meus amigos e do meu irmão.
Ultimamente tenho cá vindo poucas vezes. Erro meu. São pessoas
generosas, muito amáveis. Vão rareando pessoas assim. Entretanto,
toca o hino do Benfica. O Centro Comercial está tranquilo. O poeta
maldito no Shopping. O António toca batuque. A cerveja sobe. Estudo
"O Tempo dos Assassinos" de Henry Miller sobre Rimbaud. Uma
pedra. Mais uma, Também serve para combater a depressão. Malditos
demónios! Maldita depressão! Mas, por outro lado, é o choque
dos deuses com os demónios dentro de mim que me eleva. Ah, a mente.
Mente perversa. Maldita. Subversiva. Ai, esta gente normal.Tão
igual. Ai, Henry Miller, como sou diferente. Como sou tão forte e
tão fraco. Sereias no Maus Hábitos. Elogios radiofónicos. Loucura.
Rock n' roll. Ai, como antes não tinha medo de nada. Como era
poderoso e, às vezes, ainda sou, Sim, ainda sou. Penso até que
posso dizer: como Miller, como Rimbaud, Não sou um poeta
convencional, um escritor convencional. Sou um gajo fora das normas,
embora possa não parecer. Um gajo que vai beber cervejas ao inferno
e volta. Um belo sacana. Um mau rapaz. Mas, simultaneamente, um homem
de coração, de grande sensibilidade, como outros que admiro. Nestas
alturas de auge estranho enormemente esta gente normal, ordenada,
simpática, parecem animais que observo no Zoo. Passeio-me entre
eles. Não que seja melhor ou superior. Peço mais cerveja, Ah,
afinal, a gaja tem pinta,
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