A nomeação de João Miguel Tavares (JMT) para presidente da Comissão do 10 de Junho desencadeou imensos comentários, tomando como mote o seu "direitismo" e/ou a sua "ignorância". Sabendo-o liberal e homem culto, até me agradou a sua designação para as funções, já que provava que um "hoem médio" pode bem desempenhar cargos destes com o mesmo nível que as "eminências". E estou à vontade para o dizer já que não perfilho o seu ideário e imensas vezes estou em desacordo com conteúdos dos seus textos escritos ou orais . Só que... meu caro JMT, o senhor "deixou-me ficar mal"!
A sua crónica no PÚBLICO de 31/Janeiro - Marcelino da Mata (MM), o racismo e a memória - é um verdadeiro "desastre". Porque mostra "ignorância" e, ainda por cima, retira dela ilacções que deixam "nas covas" o seu liberalismo puro que lhe reconhecia. Começa logo com uma tentativa canhestra de ironia com os que o apodaram de ignorante, reconhecendo que "não fazia a mínima ideia de que o militar mais condecorado da nossa História fosse uma negro" (sic). Até aí tudo bem, mas logo passa a desconhecer toda a triste e tenebrosa história dos "feitos" do dito senhor que todos nós, os que fizeram a guerra colonial, sabíamos de cor. E a origem das condecorações. E acaba propondo uma visibilidade maior, numa entrevista, a MM. Para quê JMT? Termino dizendo: eu não o escolheria para as funções que que o Presidente da República lhe cometeu mas, pelas razões que já expressei, aceitei com naturalidade, agora... Marcelino da Mata, não!
Fernando Cardoso Rodrigues
PS: acabei de enviar este texto, como carta, ao PÚBLICO, com conhecimento a JMT.
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