Quero
acreditar que António Costa (AC), ele próprio, se sente desconfortável por ter
dois ministros que são marido e Mulher e outros dois que são Pai e Filha.
Deixando de lado as leituras já feitas nos mídia de traços de nepotismo nesta
situação única desde o 25 de Abril, há um risco operacional e uma leitura
estritamente política a fazer. O risco operacional é que eventuais problemas
pessoais que estas pessoas tragam das suas próprias casas, podem reflectir-se
no andamento de assuntos de governo. A leitura política é mais preocupante
ainda. É saber se AC, que acredito ser um homem inteligente, optou por esta
solução livremente ou se foi forçado pelas circunstâncias políticas do seu
partido. Se optou livremente, é mau para a avaliação do seu perfil político.
Sim, porque Mário Soares e Guterres, seus antecessores no lugar (e camaradas do
PS) trouxeram para o governo muitos independentes com outras ideias e
perspectivas mais abrangentes do que as do partido do governo. Se foi forçado a
optar por um núcleo muito restrito de camaradas e amigos íntimos de décadas no
PS, então será um sinal claro que o seu campo de recrutamento é muito estreito.
E isso é mau para ele, para o PS e para todos nós, governados. Na situação
crítica de endividamento em que se encontra o País, à mercê de qualquer pequeno
sobressalto nas taxas de desconto internacionais, no governo terão de estar os
melhores e não apenas os mais amigos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.