quarta-feira, 10 de maio de 2017

Armando Baptista-Bastos, um exemplo de jornalismo

    Fiquei órfão do melhor, mais desassombrado, mais corajoso, mais pujante e mais luminoso - o camarada Jornalista, Baptista -Bastos. Também foi cronista, repórter entrevistador, guionista de  cinema e ilustre escritor. Há semanas que deixei de o ver no CM e ‘Negócios’ e não respondeu a um mail. Estava doente e desapareceu-nos com 83 anos de idade. É uma perda irreparável. Estive com ele, afável e certeiro disse-me: ‘’ Deixar de lutar é acobardar!’’, na apresentação dum livro do seu camarada Jornalista, Mário Zambujal, dizendo sobre a infeliz partida:« Grande companheiro dos regozijos, conversas, debates e um cultor da palavra nos seus livros». BB, nome de luta, era respeitado e reconhecido pelos seus camaradas Jornalistas, como Eugénio Alves:« Escrevia sem papas na língua, na procura do rigor, da verdade e sem cedências no seu ofício de Jornalista». Trabalhou em muita imprensa mas foi no seu semanário ‘O Ponto’ que fez as melhores peças. Humilde e insubmisso. 
   Não há, quem como ele fazia assiduamente o elogio a Companheiros das Letras vivos, de forma grata, elevada e bela. No seu livro ‘Tempo de Combate’, edição Parsifal de 2014, merece de notáveis escritores, comentários da sua vasta obra literária: « Um grande escritor e um grande jornalista. O que é raro», pelo poeta António Ramos Rosa, « Jornalismo feito literatura»,
Luiz Pacheco e José Rodrigues Miguéis, eternos esquecidos: «Um grande e singularíssimo escritor». Na capa escreve:’’ Não podemos, nem devemos admitir que esta gentalha destrua o que ainda deixou restar da decência, da honra e da dignidade da nação e da pátria. Acordai, cidadãos!’’. Subscrevo a assertividade.
   Não fui a tempo de homenagear em vida o merecimento de BB. Amo a sua obra!
Foste o meu Mestre/ d’eloquência escrita equestre,/ meu Professor/ no Jornalismo/ qu’é
nobre profissão feita de coragem e liberdade./ Atrás dos teus borboleteados laços - eras mocidade./ Pugnas-te p’lo Socialismo!/ Quem deixa tant’exemplo, verticalidade e Amor!/Não morre,/ só fisicamente desaparece!
   Teu até à Eternidade! 
                                              artigo de opinião de Vítor Colaço Santos

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