A Casa dos Avós

Avós, croché, Meccano… iPad

A casa dos Avós foi durante muitos anos a creche, e os ATL’s de hoje. Quando as mães começaram a fazer “carreira” de trabalhadoras efectivas este refúgio foi a única saída para que os filhos crescessem em segurança. E ainda hoje, em muitos casos, são os Avós que vão ainda vão acompanhando de perto os netos.

Mas naqueles longínquos tempos as Avós iam iniciando as Netas nas lidas da casa e nos segredos das “obras de arte” que as meninas deviam saber. E lá vinha o bordado a ponte de cruz, o croché e o tricô, desenvolturas que criaram muitas camisolas e casacos de abafo feitos à mão, com uma ou duas agulhas e fios de lã, além de uma mais valia na feitura dos enxovais.

Os rapazes eram muitas vezes incentivados pelo Avô na habilidade das construções: conforme as posses iam-se comprando as várias partes do Meccano e, encaixando ou aparafusando, iam surgindo máquinas, às vezes mais para testar a perícia do Avó do que a destreza do Neto.

Depois, mais tarde, vieram os Puzzles e o Lego com os seus grandes “empreendimentos”. Muitos Avós foram acompanhando a evolução e moda dos novos brinquedos mesmo depois da grande maioria dos Netos já passar os dias em estabelecimentos pré-escolares.

 Até que os netinhos apareceram com os “tamagotchi”, os telemóveis e por aí fora até aos iPad, Tablets e Smartphone e etc. porque muito mais ainda estará para vir. Muitos Avós estão a ficar pelo caminho e são agora os Pais que vão acompanhando os filhos – rapazes e raparigas -  no substituição das novas tecnologias. Digo rapazes e raparigas porque desde muito cedo os “brinquedos” começam a ser os mesmos para todas as crianças e jovens e chamam-se agora as novas tecnologias e não são só para entretém. É tempo de arrumar as bonecas e o Lego e acompanhar estes novos tempos.     

Publicado no Costa do Sol Jornal - Oeiras em 30 de Julho 2014