Que nome se dá aos indivíduos – em abstracto – que praticam golpes muito baixos, em benefício próprio, plenamente cheios de si, e que deixam por não sei
quantos milhões cheios de zeros que não lhes dá absolutamente nenhuma felicidade
(e como diz o povo, não vão levar para a cova), ainda mais frágil e incerto o
presente e o futuro de onze milhões de pessoas (11.000.000)?
Que nome têm os indivíduos, que conhecem os primeiros, que
são ou foram amigos destes, trabalharam para eles, que têm o poder politico na
mão, que sabiam de muito - nos últimos dias de quase tudo - e que deixaram as
pessoas investir no impossível,
garantindo estar tudo controlado?
E porque continuam de
férias, com se nada se passasse (e na realidade não se passa nada ) a
entreter as calosidades cuidadas por pedicures
de luxo, escondidos na toalha de praia na sombra dos nadadores-salvadores? Como
chamar a esses?
O que poderemos dizer de um indivíduo que vive com pulseira
electrónica, num apartamento de luxo, no centro de Lisboa rodeado de quadros
que também gostaríamos de usufruir – mas não podemos - e que recebe todos os
dias em casa o catering de um hotel
de cinco estrelas da zona de Sintra? Até lá vai um personal trainer! Podemos chamar-lhe alguma coisa?
O que acontece aos indivíduos, num Estado de Direito, os do
primeiro e os do segundo e o do quarto parágrafo, numa situação destas?
Quanto tempo leva a accionar os mecanismos de um Estado de
Direito, para encarcerar alguns destes indivíduos - em abstracto? Que nível de
coragem é necessário para se levar esses processos até à última das
consequências, em tempo útil?
Porque a serem inocentes (e alvo de tanto impropério), é desumano e aviltante o que lhes
estão a fazer na praça pública.
Tantas perguntas que me engasgo?
E tanto silêncio cheio de retóricas para nos adormecer!
No entanto, assim de repente, tenho alguns nomes que
encaixam como luva de pelica nestes perfis: Altruísta, solidário, filantropo,
honesto, honrado, digno…abnegado (esta palavra é linda!)
Devo estar num dia de dúvida metódica. É do tempo, de verão:
indigno e traiçoeiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.