O governador do BdP e da massa falida do Banco Mau veio
agora a terreiro sossegar aqueles que tinham as suas economias no saqueado
banco, desbaratado a mando e sob o comando daquele ‘salgado cavalheiro’ que, há dias,
disse: ‘já fomos nacionalizados e não queremos que isso volte a acontecer’,
acompanhado de um sorriso sarcástico, que só gente de tal calibre e
descaramento sabe fazer.
Mas, voltando ao presidente regulador de todo o sistema
bancário, ele disse: ‘estivemos sobre ‘o fio da navalha’, mas tudo já passou’.
Como assim?
Saqueia-se um banco, acaba um grupo de má reputação
financeira, e não há ainda ninguém preso antes que zarpe sabe-se lá para onde?
Quando trabalhei na Praça D. João I, no Porto, no banco que
o engenheiro Jardim Gonçalves fez implodir, havia um cliente que, de tempos a
tempos, vindo de comboio de Ermesinde até à Estação de S. Bento, se deslocava
aos balcões do desaparecido e saudoso banco, para ver o seu dinheiro que lá
tinha depositado. O senhor Nogueira – o tesoureiro – levava-o até aos cofres,
na cave do edifício do Palácio Atlântico, e perante pilhas de notas devidamente
colocadas em estantes, dizia ao cliente que o seu dinheiro era um pouco daquele
que lá estava. O homem, descansado com tal segurança do seu pecúlio, retornava
para o seu lar completamente satisfeito.
Agora, onde está o dinheiro dos portugueses que tanto suaram
para o terem a bom recato? Hoje, está, sabe-se lá onde, em paraísos fiscais
aonde poucos chegam, mas que tudo nos roubam, sem serem molestados.
São os banqueiros de agora no seu maior esplendor e farsa.
José Amaral
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