sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Dialogo

Um casal a viverem juntos à mais de trinta anos, habitualmente antes de saírem de manhã para os seus empregos comiam o pequeno almoço juntos.
A mulher tinha o habito de misturar o café com o leite e adoça-lo, barrava as fatias de pão com manteiga, separava o miolo da côdea e punha em frente do companheiro enquanto ele lia o jornal.
Tinha o cuidado de dar o miolo do pão ao seu homem enquanto ela comia a côdea.
Até aqui tudo bem, admirável esta harmonia conjugal, uma bela historia de amor que resiste ao passar dos anos. 
Mas eis que surge um senão que parece insignificante.
Hoje a mulher faz anos, decide dar a côdea ao companheiro e comer ela o miolo, achou justo no dia do seu aniversário satisfazer o desejo de comer a parte do pão que mais gosta, pensou que a troca passaria despercebida pois ele estava concentrado na leitura.
Para sua surpresa ele sorriu e disse:
-Obrigado meu amor, finalmente deste-me a parte que eu mais gosto.
Como é possível ao fim de tantos anos de convivência desconhecerem-se tanto.
O dialogo com uma mente saudável, sem condições previas que o limitem, pode evitar roturas familiares, crises sociais, divergências entre países que por vezes culminam em guerra.
São múltiplos os ensinamentos que se podem extrair de um dialogo, nunca é uma perda de tempo, independentemente de o resultado ser profícuo ou inútil, mesmo no segundo caso aprende-se a conhecer melhor o outro interveniente.


Com amizade.


Araujo.

2 comentários:

  1. A vida conjugal é muito complexa e às vezes, só por milagre, se mantém, porque nalgum dos cônjuges há uma ponta de santidade. Quem sabe o que se passa no convento é quem está lá dentro.

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