sábado, 9 de agosto de 2014

Sobre o que aconteceu na Praia do Meco

Nunca me senti bem esclarecido sobre o que verdadeiramente aconteceu na nebulosa e fatídica noite na Praia do Meco, que culminou na morte de seis jovens estudantes universitários.
E, quando agora, em pleno mês de Agosto, o ‘desaparecido’ sobrevivente João Miguel Gouveia ‘quebrou o silêncio’, calado que esteve tanto tempo que a gestação de um ser humano, logo denunciou várias entidades de inércia pós-tragédia, conforme notícias vindas a lume na Comunicação Social.
Se ele assim acusa tais entidades, também se lhe pode ser imputado muita inércia da sua parte, ou estratégica hibernação comportamental face ao sucedido.


José Amaral

2 comentários:

  1. Aquilo que se passou na praia do Meco não me causou qualquer estranheza. Só me admira é aqueles acidentes não acontecerem mais vezes.
    O que ter sido me causou estranheza foi ver os pais dos jovens falecidos não respeitarem a memória dos seus filhos, tratando-os como se fossem atrasados mentais. Mas se os seus filhos tinham tão pouca capacidade de discernir, cabia aos pais maior vigilância.
    Quanto ao sobrevivente, após a comunicação social e os pais terem lançado uma campanha nacional com vista à sua crucificação, só se fosse maluco é que abria a boca antes de o inquérito ter terminado. Basta nós pormos um dos nossos filhos no lugar dele. O que as pessoas exigiam era a imolação do sobrevivente e a única justificação que aceitavam era a confissão integral e sem reservas de que foi ele que matou os seus amigos.
    Santana-Maia Leonardo

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  2. O problema é mais profundo e não pode ser entendido conforme as conveniências. A bestialidade que envolve certas práticas de praxe académica, mesmo consentida, com uma dose de irracionalidade, devia ser banida. Não esquecer que, muitas vezes, o DUX é um mau aluno, com anos de repetência, e este devia ser uma vergonha para a Academia. Daí, a irracionalidade de tudo isto. Hoje, os filhos são muito livres de fazer asneiras e aos pais já não é possível manter a autoridade de outrora. É o mundo novo que se desfaz aos pedaços.

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