quarta-feira, 4 de novembro de 2015

NÃO HÁ PAPEL HIGIÉNICO NO CONSERVATÓRIO




Afinal que necessidade temos de um Conservatório, de portas abertas, a consumir recursos,pagar a professores e serviços de apoio,a água que é cara, a electricidade que está pela hora da morte, o papel higiénico que não vai para barato,o aquecimento que é escusado porque aqui faz sempre calor?

Para quê formar indivíduos nas artes perfomativas? Isso dá profissões de jeito? Que futuro é esse e que necessidade temos nós de música, de teatro, de cinema?

Queremos ainda mais música do que a que temos? em todos os instantes do dia, na radio, na televisão, nas Ágora, nos ministérios, em todos os palácios? Tanta que nos entra como uma enxurrada descontrolada pela casa dentro,no trabalho, no café, na casa de banho!

Precisamos ainda de mais teatro e cinema do que o que nos é oferecido de bandeja nesses locais, por actores de altíssima qualidade e boa formação académica?

Insistir nesse tipo de ensino é um desperdício, uma redundância.

Mais, é perigoso. O som, a palavra, estimulam o pensamento,a abstracção, rompem limites estreitos, escancaram a visão do mundo em modo panorâmico. E quando mais amplo for o pensamento, mais nefasto se torna quando pousa um olhar crítico e maduro sobre os porteiros que fecham a cadeado esses locais.

Não nos faz falta uma boa representação que deixe o ar em suspenso, e a nós de olhos arregalados, usufruindo um instante efémero de comunhão com o universo; são desprezíveis a nota de música e o seu silêncio, quando a maestria da sua execução nos arruma contra o espaldar da cadeira ou do sofá, sem reacção, estáticos de prazer.
Tudo isso é caro, inútil, piegas.

A arte não estimula os mercados, como tal é altamente subversiva e anti-democrática para quem tem a visão ”democrática” do pensamento neoliberal: os artitas que agora mandam

5 comentários:

  1. A cultura é algo de que o estômago mental desta gente não sente fome! Perante os sacrifícios que a guerra impunha aos ingleses e confrontado com a proposta de um ministro para que se reduzisse o orçamento da cultura, Winston Churchil reagiu desta forma: "Mas se cortamos também na cultura, andamos a lutar para quê"? São assim os grandes estadistas, lutam por valores. Os pequenos políticos, almas de lodo, lutam antes de tudo por satisfazer os seus interesses pessoais e das suas clientelas partidárias!

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  2. Este país bateu no fundo e, por mais voltas, que nós, os governados queiramos encontrar, é tempo perdido. Os responsáveis não encaram as realidades e vivem num clima de insensibilidade que não dá para perceber os problemas que envolvem o dia-a-dia das pessoas e das instituições que existem para servir a sociedade. Por muita boa vontade que se tenha isto já não dá para acreditar.

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  3. Noticia da Lusa de hoje, 4 de Novembro 2015: "O Ministério da Educação e Ciência (MEC) informou hoje que autorizou, na segunda-feira, um reforço de verbas para a Escola de Música do Conservatório Nacional, após um parecer positivo a um pedido da escola, apresentado a 20 de Outubro.

    "O MEC conhece as necessidades de reabilitação do edifício em que funciona o Conservatório de Música, estando a Parque Escolar EPE a acompanhar este processo. O Ministério tem também estado atento às necessidades manifestadas pela escola, tendo por isso mesmo autorizado, em situações anteriores, reforços de verbas. Relativamente ao pedido de reforço mais recente, recebido em 29 de Outubro, este foi, na sequência do parecer positivo proferido ontem, já autorizado", declarou a tutela, numa nota enviada hoje à Lusa."

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    1. Notícia do Público de hoje:
      "Escola de Música do Conservatório recebe mais 35 mil euros. "Temos em falta 70 mil euros. Esta metade permite-nos talvez chegar ao final do ano", diz a directora da escola.
      (...)
      "Esta metade permite-nos, gerindo de forma muito parcimoniosa, talvez chegar ao final do ano, mas nem sei se chega para despesas correntes", disse Ana Mafalda Pernão. A directora da EMCN referiu que a falta de dinheiro se reflecte no trabalho pedagógico da escola, dando como exemplo a necessidade de reparação de dois instrumentos, cujo custo é de centenas de euros."
      (...)"

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