domingo, 30 de setembro de 2018

TROPA FANDANGA




Vai longa a novela de Tancos. Novos protagonistas vieram à ribalta. Altas patentes, estranhas conivências. A Polícia Judiciária Militar, está decapitada e irá sair de cena. Agora até a força de elite da Armada, os Fuzileiros, decidiu também fazer uma perninha. No regresso do cerco à Rússia, ao serviço da NATO , a caminho de Vale de Zebro , perde uma caixa de munições, como quem perde uma caixa de fósforos.
Veremos se as cenas dos próximos capítulos terminam, repondo a dignidade e o prestígio que as nossas Forças Armadas justamente conquistaram, ou se os seus altos comandos e a tutela civil, as colocam ao nível de mera tropa fandanga, de uma qualquer republica das bananas.
Francisco Ramalho
Corroios, 29 de Setembro de 2018


Visita à Coreia do Norte


Visitei a Coreia do Norte na segunda quinzena de Setembro: é diferente de tudo o que estamos habituados. Quando chegamos ao aeroporto, vamos de autocarro para o hotel. Deslocamos-nos para visitas, sempre no autocarro, com 2 guias, uma que explica e outra que acompanha (será militar? Não se chegou a saber); e também um indivíduo com máquina de filmar, que tem o objectivo de, no final da visita, vender o DVD para ficarmos com memória da viagem, mas a opinião geral é que as imagens seriam para arquivo oficial, uma vez que, se fosse apenas objectivo comercial, a venda dos DVD's não seria suficiente para pagar as estadias de hotel e refeições.
Não podemos circular fora deste esquema: autocarro, hotel e locais a visitar. Não podemos sair do hotel e dar uma volta pela cidade; não há manhã ou tarde livre
s. Andámos de metro, mas sempre acompanhados pelas guias e pelo homem das filmagens.

Não podemos tirar fotografias a edifícios inacabados; não podemos tirar fotografias onde (mesmo que seja em fundo) inclua soldados; as fotografias aos grandes líderes têm de ser de corpo inteiro (só busto é proibido); não se pode fotografar apenas 1, têm de ser os dois; não podemos estar de costas para os líderes (uma senhora do grupo sentou-se ao fundo da escada para descansar um pouco e pediram para se levantar porque estava de costas para os líderes); na visita ao mausoléu onde estão o pai e o avô do actual líder, não se pode falar nem...assoar.
A qualquer lado onde chegamos é-nos informado o que podemos ou não podemos fotografar.

Mas se existem coisas negativas, há outras que considero positivas: a questão artística.

Visitámos uma escola de ensino artístico (ballet, música, acrobacia, etc).
Começo pelo edifício: enquanto no nosso Portugal os alunos e professores se queixam com regularidade que chove na sala (ou que o tecto está a cair) onde se ensina música ou dança, o edifício na capital da Coreia do Norte onde se ensinam es
tas artes tem uma parte frontal que me fez lembrar o edifício da reitoria, em Lisboa, acrescido de duas partes laterais.
Assistimos a uma aula de ballet clássico por crianças de 10/12 anos, que me fez pensar que o nosso país (e não só) está muito longe d
o nível ali apresentado: nota-se claramente que existe grande investimento nesta área.
A seguir, e porque era quinta-feira, assistimos a um espectáculo no auditório, com entrada livre: dança, música, canto,
acrobacias, etc.
Tudo muito bem executado, tudo muito bem sincronizado, com entradas e saídas de palco, sem uma única falha. ESPECTACULAR.

Assistimos a outro espectáculo no estádio 1
º de Maio, o qual só se realiza de 5 em 5 anos.
Com centenas de participantes, também nas várias áreas: foi a primeira vez na vida que assisti a 8 pianistas a tocar ao mesmo tempo.
Poderá eventualmente ter passado notícia deste evento nos nossos telejornais, porque dois dias antes da nossa ida, estiveram presentes os presidentes das duas Coreias, dado que tiveram uma cimeira nos dias 18 e 19 de Setembro, e foram juntos a este espectáculo.

Na Coreia do Norte: todas as pessoas têm direito a habitação, sem qualquer custo - apenas pagam água e luz. Não tenho informação sobre a área de cada habitação, mas sabe-se que um artista, ou desportista, ou intelectual, quando ganha prémio ou medalha, tem direito a habitação com maiores dimensões.
A cidade de Pyongyang é a cidade mais limpa que conheço. Ao que me apercebi a limpeza é feita pelas várias comunidades de bairro. Não há contentores nem camiões de lixo.
O povo da Coreia do Norte é de uma afabilidade extraordinária.
Pena que um pequeno pormenor não nos deixe um pouco de liberdade para fazermos o que fizemos hoje em Seoul, capital da Coreia do Sul: tempo livre para irmos para onde nos apetece.

A agricultura na Coreia do Norte, fez-me lembrar o Ribatejo da minha infância: muita gente ocupada nas actividades rurais, em particular nos arrozais, mas também no milho, etc.
E o que me trouxe à memória o meu Ribatejo da infância foi a total ausência de maquinaria, tudo é feito pelo braço dos homens e das mulheres.
Se por um lado a ausência de máquinas pode contribuir para ausência de desemprego, poderemos prever que a entrada desses meios na actividade agrícola, poderá contribuir para esse flagelo.

Todos nós temos na memória as imagens do desfile militar que ocorre todos os anos na capital da Coreia do Norte: os militares a marchar de forma muito rígida e muito certinha, com ritmo que só eles conseguem.
Nesse desfile são também exibidos mísseis em cima de veículos.
Este ano,
e pela primeira vez, este evento não contou com a presença dos mísseis.
Sinal de mudança? Talvez.
Pormenor:
mesmo fora do período do desfile, não se pode circular a pé neste espaço.
No dia 20/9 (e não 19, como já afirmei noutro espaço) fomos visitar um museu (Exhibicion de Amistad Internacional), onde estão expostas ofertas feitas por vários países ou entidades: e lá constava um oferta de um grupo de Carcavelos, outra de um grupo do Diário de Lisboa e também do marechal Costa Gomes.

Não obstante existir linha de caminho de ferro, que liga as capitais da Coreia do Norte (Pyongyang), e da Coreia do Sul (Seoul) em cerca de duas horas, para o fazermos, tem de ser via Pequim, de avião, que dura o dobro do tempo, sem contar com a espera, entre voos.
Esta linha foi construida há cerca de 70 anos, mas mercê dos vários conflitos, nunca chegou a estar activa.

Esta linha passa nas proximidades do paralelo 38, que também visitámos, e onde tirei fotografias que conto publicar, quando os meios técnicos o permitirem - são só mais uns dias.

A televisão na Coreia do Norte apenas transmite até cerca das 10 horas da noite.
As notícias são repetidas várias vezes.
Há o canal Al Jazeera
, mas apenas nos quartos do hotel para os turistas. Nem os funcionários do hotel podem ver este canal.

E nos hotéis não há sala de convívio com televisão: quem entra, vai para o quarto e é lá que tem acesso.

Segundo informação obtida na Coreia do Sul, aqui ficam dados sobre diferenças salariais: na Coreia do Sul é de cerca de 30.000 dólares anuais, enquanto na Coreia do Norte ronda apenas cerca de 1.200. É muita a diferença. De qualquer modo esta informação foi obtida através do guia da Coreia do Sul.


“O amor é fodido”...


Foi a maior tenista espanhola de sempre, ganhou “rios” de dinheiro e acabou falida e com uma enorme dívida ao Banco do Luxemburgo, de onde logrou que lhe transferissem a descoberto para um banco espanhol para pagar cinco milhões de dívidas ao fisco.

Como quase toda a gente que se vê rica mas não sabe admninistrar o dinheiro eram terceiros, ao que afirmou,  o próprio pai, que lhe geria a  fortuna; todavia, as contradiçoes são muitas e o que mais tarde disse é que foi o sujeito com quem casou, supondo tratar-se de um respeitável empresário -  que era como ele se exibia -  que logrou apoderar-se de todos os seus bens, após o que se divorciaram.

O título que dei a este texto “roubei-o” a um livro do divertido MEC, por me parecer o que melhor encaixa nesta triste história; a rapariga apaixonou-se à primeira vista por um trambiqueiro sem cuidar de saber quem ele era realmente, quando nem seria difícil dado que o figurão, segundo um trabalho de investigação que vi no canal televisivo “La Sexta”, por onde passava deixava uma “matilha” de cães a ladrar.

Embora as autoridades desconfiem que quer o divórcio como a bancarrota não passem de uma manobra para não pagar o que devem, Arantxa Sánchez, pois é dela que se trata, numa recente entrevista reafirmou que foi Josep Santacana que a deixou na penúria, apesar de estarem casados com separação de bens...


Amândio G. Martins

sábado, 29 de setembro de 2018

Fama e fava de Ivo


Entre as múltiplas atribuições de um Juiz de Instrução, destaca-se a de assegurar que os deveres da Acusação e da Defesa são cumpridos, e que os direitos, liberdades e garantias que a Constituição atribui a todos os cidadãos são observados. As actividades investigatória e, mais tarde, instrutória, são dirigidas por juízes, e não por quaisquer outros cidadãos, porque, por natureza e definição, os titulares deverão possuir qualidades de independência, inamovibilidade e irresponsabilidade (positiva). Os seus poderes são relativamente latos, neles cabendo a possibilidade de autorizar, ou não, determinados actos de investigação que, não raro, roçam a ilegalidade.

Passada a fase de inquérito na “Operação Marquês”, dirigida pelo juiz Carlos Alexandre (CA), agora, há que analisar a solidez das provas arroladas pelo Ministério Público (MP) – e sancionadas por CA – bem como a correcção dos meios utilizados para as obter. Ditou a sorte que, dos dois juízes possíveis, ficasse designado o juiz Ivo Rosa (IR) para o desempenho desta tarefa que, está bem de ver, vai ser bicuda. Os percursos de carreira de ambos os juízes demonstram que CA mostra tendências para se “colar” ao MP, de onde é oriundo, enquanto IR, com um itinerário profissional mais diversificado e, até, internacionalizado, tende a criar saudável distanciamento daquela instância. Certo é que não vai ser CA a avaliar o seu próprio trabalho. Por via das dúvidas, fico mais descansado quanto à imparcialidade no veredicto final.

Morreu o Alves Barbosa!

O homem que, com Ribeiro da Silva, fez parte dum dos tandem  em que "aquele" Portugal era exímio. Ou se era por um ou por.outro Tal como António Calvário e Artur Garcia. Ou Simone de Oliveira e Madalena Iglésias. Embora muitas vezes houvesse qualidade e falta dela, como entre Desfolhada e Oração. No caso do ciclismo, confesso a minha preferência pelo falecido de quem falo hoje, e lembro com saudade os relatos radiofónicos da Volta a Portugal, que eram quase tão "impossíveis" de fazer como os do hoquei em patins, mas nos enchiam de "pica" ao ouvi-los. Mas o meu preferido era o Pedro Polainas que se fartava de (só) ganhar etapas!
Tempos opacos mas com o seu encanto sublimado nestas figuras que nos "enchiam  a alma" e eram verdadeiros "herois" que nos entravam nos ouvidos e se faziam figuras da nossa vida. Boa viagem querido Alves Barbosa onde vais correr novamente ao lado/contra o "homem de Valongo"! Sim, porque tu eras de Sangalhos! Outra rivalidade, ou o "regionalismo" de outros tempos....

Fernando Cardoso Rodrigues

Dos que tudo manipulam...


As trafulhices que deram aquela inesperada vitória a Trump estão mais que confirmadas e bem identificados os seus protagonistas, de tal forma que já nem Putin nega que empresários russos se tivessem empenhado naquela vergonhosa campanha; “And so what? – responde o líder russo, segundo a Time – they don´t represent the russian state”.

E isso até poderia ser credível, se homens como Oleg Deripaska, Emin Agalarov, Viktor Vekselberg e Evgeny Prigozhin, todos relacionados com aquelas manobras, não pertencessem  ao círculo íntimo do presidente russo, de quem dependem e de quem ele depende; outra triste conclusão é  que o único legado do “socialismo” soviético para a História foi a criação de um enorme apetite de capitalismo.

A Time dedica a capa e seis páginas de texto e fotos aos figurões acima descritos, com assinatura de Simon Shuster, onde se descrevem ao pormenor as ligações dos vários oligarcas com interesses cruzados com a campanha política de Trump, ao serviço dos quais está bem identificado o americano Paul Manafort, primeiro director dessa campanha.

Todo o mundo sabe que a queda do regime soviético permitiu a uns quantos espertalhões aproveitar as convulsões deste tipo de situações para abocanhar as principais fontes de riqueza do país; Putin tem sabido tirar partido de tudo isso, numa promiscuidade que lhe vem permitindo manter-se no poder, com vantagens mútuas para políticos e empresários que não se atrevam a enfrentá-lo, porque os que o tentaram depressa caíram em “desgraça”...


Amândio G. Martins

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

CP despreza até ao abandono os clientes

A actuação da administração dos Comboios de Portugal, que vem desprezando até ao abandono os clientes, que lhes pagam vencimentos principescos - é inqualificável! Viajei na Linha do Sul desde a estação do Oriente até Portimão, mas a CP não assegurou a totalidade da viajem(!). Fizemos transbordo em Tunes, para a nova versão da CP - Camionetes de Portugal, indo pela rodovia. Nem informaram que o comboio no local de transbordo teria menos cinco composições. Resultado, os viajantes, maioritariamente, turistas foram comprimidos como sardinhas enlatadas. Vergonhoso!, com a benevolência da palavra.
   Agora, quis viajar na Linha do Oeste, a partir do apeadeiro (desprezado até à miserável incúria) do Telhal para o Bombarral. Em vão. O comboio foi suprimido! Quase tão grave a CP ter deixado os seus clientes apeados é não haver uma referência telefónica para informar quem foi seriamente prejudicado. A CP prima pelo pior do terceiro-mundismo. O comboio fretado pelo PS à CP, que fez transportar militantes do Pinhal Novo até Caminha, caso tivesse sido suprimido, medidas práticas a favor da ferrovia teriam surgido na hora!
   O ministro do Planeamento faz promessas de investimento para amanhã que vão sendo sistematicamente adiadas. É conversa para embalar o adormecimento. O PSD-CDS quis alienar
as Linhas do Oeste e do Leste à gula privada, considerando que o investimento não era prioritário.  Este governo cativa verbas em nome da redução do défice, relegando uma ferrovia
de indispensável interesse público para cidadãos e economia para segundo plano, pondo os números à frente. É uma política pró privatização, em versão português suave… São cara e coroa da má moeda!

                                    Vítor Colaço Santos 

Breves contradições a constatações noticiosas

1 – Quando a casa é rica
Quando ‘a casa é rica e os frades são poucos’, que interessa gastar dinheiro desses pobres ‘frades franciscanos’, os quais somos todos nós, os contribuintes?
Primeiro, pensou-se na Ota, seguiu-se-lhe Alcochete, agora, é Montijo. E por que não usar-se a 100% o novíssimo aeroporto de Beja, quase às moscas, tendo-se em conta o complexo industrial do porto de Sines tão perto, bem como descentralizar-se o conglomerado da capital?
É que Portugal também existe a Norte e a Sul da bacia do Rio Tejo!

2 – Canábis – planta milagrosa?
Após vários e elucidativos depoimentos havidos no programa televisivo ‘linha da frente’ de 27/9, ficamos extasiados e deveras esclarecidos com os poderes farmacológicos da canábis.
Portanto, qual será o porquê de não se partir oficialmente para o fabrico de um medicamento à base de tão milagrosa planta?

3 – A maldade não tem limites
Tendo-se em conta de que a maldade não tem limites, o pecado original em relação a esta malvadez assemelha-se a uma candura imposta.
Queremos, com tal introito, referirmo-nos ao modo brutal como foi perpetrado e consumado o crime que levou à morte do concidadão Luís Grilo, de 50 anos de idade, alegadamente levado a cabo por sua esposa, de 43 anos, e do amigo íntimo desta, de 42 anos.
Não nos cansamos de louvar o estoicismo, o elevado profissionalismo e argúcia de todos os profissionais da PJ, os quais, segundo sabemos, são dos mais hábeis a nível mundial na descoberta da verdade.
Pelo menos haja uma instituição de investigação criminal que honre o seu nome, em particular, e o país, no seu todo.

4 – O preço elevado da electricidade
Soubemos e sabemos que o preço da electricidade está a asfixiar grande parte das empresas, estando em causa a sobrevivência de muitas fábricas, mormente das de cerâmica.
Que se retirem aos mexias e seus equivalentes sorvedouros os muitos milhões que auferem e que os mesmos milhões sejam aplicados ao serviço de quem produz as mais-valias.

5 – Indicador estatístico
Foi preciso um adolescente de 12 anos criar um indicador estatístico da área ardida por cada município para se fazer uma real apreciação de como os continuados incêndios e seus lóbis têm desgraçado o país.
Parabéns, pois, ao jovem Tomás Pereira, do Seixal, o qual, sem qualquer tença, pública ou privada, fez mais do que aqueles que vivem do mal alheia, ganhando rios de dinheiro por conta dos infernos que atiçam.

6 – A sociedade de consumo
A sociedade de consumo atingiu patamares comportamentais inimagináveis, pois é cada vez mais difícil dar sumiço ao desperdício que produz.
Mas, para manter tanta loucura colectivizadora, essa mesma desvairada sociedade de esbanjamento chama de ‘estropícios’ a todos aqueles ‘idosos’ que clamam contra tanta loucura colectiva.
A geração mais nova olha para a mais velha como se esta estivesse fora do contexto e marimba-se para as cautelas que a segunda apregoa.
Assim, o ciclo humano caminha inexoravelmente para o fim dos tempos tal qual os conhecemos, em que outros tempos nascerão, quiçá com sementes impensáveis e cada vez mais descartáveis.

7 – A ‘múmia de boliqueime’
A ‘múmia de boliqueime’ conseguiu sair do túmulo e manifestar-se acerca da não recondução de Joana Marque Vidal como procuradora-geral da República, do seguinte modo: - ‘é talvez a mais estranha decisão política tomada no mandato do governo que geralmente é reconhecido por geringonça’, só que se esqueceu que tal decisão foi da responsabilidade do senhor PR e não do governo.
Resumindo: se tal ‘múmia’ ainda fala, ao menos que a geringonça não dê ouvidos a tais rancorosos ecos de defunto.

José Amaral




Lambões...


Um assunto que sempre me deixa muito desconfiado é a concessão a privados de importantes serviços públicos; e os resultados que depois observamos acabam por justificar largamente aquela desconfiança, quase sempre de forma escandalosa.

E apesar de já haver tristes precedentes que levantaram as populações – lembro-me de Barcelos e Paços de Ferreira -  repete-se agora, em Vila do Conde, o mesmo absurdo: cobrar abusivamente aos munícipes por um serviço que não é prestado.
Chamam-lhe os traficantes da água “taxa de disponibilidade” e atrevem-se a extorquir a cada família mais de 23 euros mensais, sem que lhes seja  fornecida uma gota daquele líquido porque as pessoas nem sequer pediram a ligação.

E são 6.700 famílias as que não estão ligadas à rede, certamente porque só a ligação custa uns escandalosos 1.200 euros; a cobrança ilegal que fazem totaliza cerca de 154.000 euros mês, a troco de nada; é ilegal, mas os exploradores dizem que o fazem por não concordarem com a lei que o proibe!

Fica bem clara a concepção de serviço público destes privados quando, tendo os pontos de ligação à porta das pessoas, exigem por ela aquela quantia verdadeiramente absurda que, seguramente, será o principal motivo para que não tenham pressa de pedir a ligação,  se têm como se abastecer por meios próprios mais económicos...


Amândio G. Martins

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Reforçar ou açambarcar?

Dantes, as equipas de futebol reforçavam-se, agora compram a mais. Exemplo? O Real Madrid e os guarda-redes. Keylor Navas é um tipo de categoria, que por várias vezes salvou o clube que defende na baliza. Que fez este? Comprou Thibaud Courtois, considerado, no último Mundial, o melhor "portero" do torneio. Já o ano passado os merengues tinham tentado o mesmo com David de Gea. Curiosamente, este agora considerado guarda redes da selecção da FIFA , apesar do anterior e recente titulo do belga...
Tem lógica? Talvez, mas este "açambarcamento" de superlativos, mete-me uma impressão danada! E até vou dizer uma "naiveté": se eu fosse o Keylor Navas mandava-os "dar uma vilta ao bilhar grande"!

Fernando Cardoso Rodrigues

O Homem de Ouro

                                                                                                         - O Homem de Ouro



- É consensual aceitar que os homens não se medem aos palmos. Vários métodos podem ser aplicados para o fazer. Umas vezes usando fita métrica, outras encostando-os à parede e marcando a risco a sua altura, ou ainda tomando como comparação o tamanho do semelhante que com ele rivalize. A FIFA, mostrou-nos outro meio para o fazer. Elegeu como The Best, um atleta franzino, um croata rápido e bom de pés e ágil de cabeça. Merecedor. Mas no meio de tudo isto, há um que é melhor que os outros todos, e é argentino. Espalha a partir de Espanha, e ao serviço do FCBarcelona, na Catalunha lutadora por causa antiga, com bandeira e hino independentes, toda a sua classe e encanto, como jogador de futebol, criando superior espectáculo para o mundo se deleitar. Mas as notícias agora dizem-nos, que aquele artista e génio, tem a grandeza bem medida do Homem transcendente. Na votação para a eleição do Prémio FIFA para o Melhor Jogador do Mundo, foi tornado público que o argentino, votou em colega de ofício, rival no campo, e candidato a somar mais fama, repetindo, tal prémio. A grandeza do “catalão” nascido em Santa Fé, no país do gado e das pampas de Ernesto Che, e do tango de Gardel, Piazzolla, e Melingo, também nesse gesto, mostrou o quanto é superior e maior em carácter e atitude albiceleste, mesmo se envergando a blaugrana e as cores do universo desportivo e humano. O seu voto, não chegou para dar a vitória ao seu rival raivoso, ciumento, invejoso, cheio de azia, frustrado, e militante por vários clubes que perseguem títulos, nascido numa ilha adorada, famosa e florida já antes dele ter nela visto a luz, e o trajecto do sucesso. Sabe-se ao mesmo tempo que esse tal atleta, agora ao serviço de clube italiano, não procedeu com idêntica atitude, e até segundo informações dispersas, dedicou o seu voto a nomes impossíveis de ganhar seja o que for. O nome deste sabe-se bem qual é. O do extraterrestre e detentor do génio maior na prática de Futebol mágico, fantasioso, encantador, que nos embevece e nos provoca o maior prazer de ver tal modalidade, chama-se, Lionel Messi. Não tem 1.69mt físico, mas apenas o tamanho da humildade e simplicidade, de um coração que estremece  além da Galáxia e onde o seu nome soa como relâmpagos saídos do bandoneóm e violino, com o brinquinho ao fundo a acompanhar. Esta a sua grandeza que quase toca, Deus!


*-(pubcdºno Destak-01.10-trcdo)

MANIFESTO POR UMA TERRA LIVRE

Não somos jihadistas mas também não somos capitalistas. Condenamos os actos bárbaros dos fundamentalistas islâmicos mas também condenamos um sistema que mata milhões de fome, de guerra e de tédio. Somos uma terceira via, a via do homem todo inteiro, a via do homem livre que faz da vida um experimento permanente, que é alma e coração, que combate todas as ditaduras, todos os impérios. Não somos de Alá nem do deus-dinheiro. Não somos do lucro, da manha e da mercearia. Somos anarquistas e socialistas utópicos. Queremos que a Terra seja de todos. Amamos a vida gratuita, a arte, a criação, a filosofia, a literatura. Combatemos os fundamentalismos religiosos e a máquina de triturar capitalista. Estamos aqui vivos.

“Vae Victis”


Nascido numa família de empresários, formado naquela Universidade de onde é suposto  saírem os grandes líderes do mundo dos negócios e da política, o homem era um “jeep”; daí que tenha sido banqueiro, criador e gestor de bom número de empresas, enfim, um “golden-boy”, figura incontornável nos mais brilhantes eventos da “high-society”.

Também fez parte de um movimento político muito badalado à época, a que chamaram “Compromisso Portugal”, que reuniu 300 crânios da nata das ciências empresariais, cujo objectivo declarado era lançar uma nova geração de decisores; e se há coisa em que o país sempre foi deficitário foi de bons decisores.

Saíu agora notícia de que foi declarado insolvente, com dívidas de 67 milhões de euros, uma bagatela, se tivermos em conta as suas capacidades de “fazer” dinheiro; e é por isso que eu me “arrepeio” todo por não haver naquele meio quem desse uma ajuda ao homem, cuja sabedoria tantos milhões poderia ainda gerar - e uma fase menos boa todos podem ter -  mas comem-se uns aos outros, é o que é...


Amândio G. Martins

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Táxis, Uber e "gato escondido"

Quando, há umas horas, me sentei para eccrever "isto", ainda não sabia que os taxistas iriam recuar e suspender a paralisação. De qualquer modo, o que ia dizer não perde actualidade face ao desenlace. Fazendo um pouco de retrospectiva, nesta "luta" entre os táxis e a Uber, tendia a ficar do lado dos primeiros que, segundo me pareceu, acusavam os segundos de terem privilégios de ordem fiscal e legais. Até porque os argumentos de que "os tempos mudam e os jovens já só querem uma plataforma digital", não me pareciam suficientemente razoáveis para apoiar a Uber. Mas o que aqui me traz,.podendo ser mais um epifenómeno, é outra coisa.
Hoje ao almoço, no telejornal, uma repórter de rua perguntava a Florêncio Almeida, presidente da ANTRAL, que côr de cartão mostraria ao primeiro ministro: verde, amarelo ou vermelho (sic). O senhor, da primeira vez. disse ( e bem) que não iria escolher dado o alto cargo de Estado desempenhado por António Costa. Mas, à insistência da repórter, ripostou: bom ele nem sequer devia ter direito a nenhum cartão pois nem sequer tem direito a governar dado os resultados das últimas eleições!
Eu estava já a chamar "chata" à jornalista, quando repetiu a pergunta, mas.... "pela boca morre o peixe", no caso o Florêncio, que "abocanhou o anzol e.... espalhou-se ao comprido! E vou ver se os táxis terão mesmo toda a razão....

Fernando Cardoso Rodrigues

ASSIM FALAVA ZARATUSTRA

"Assim Falava Zaratustra" de Nietzsche deu-me a volta à cabeça, juntamente com Jim Morrison, aos 18/19 anos. Alertou-me para o facto de os homens gostarem de ser escravos, rebanho, homens pequenos. Ou então macacos que trepam uns para cima dos outros em busca do dinheiro, do poder, do sucesso, seres que mercadejam. A isto opõe-se o homem criador, o homem superior, aquele que se passeia na corda-bamba do devir, que faz da vida um experimento permanente, o menino e o bailarino.
Sou um poeta. Não viemos ao mundo para comer, beber e ganhar a vida. Julgo que vim com uma missão. Passar mensagens. Dar-me aos outros no palco. Partilhar.
A vida não pode ser tão entediante e monótona. O capitalismo tem destruído a vida. Há cada vez mais pessoas doentes e conversas desinteressantes. As pessoas abrem-se pouco umas às outras. Têm medo. De perder o emprego, de perder a posição, de perder as posses. Há cada vez mais solidão. O amor, a amizade, acontecem cada vez mais a espaços. A tecnologia mecaniza tudo. As imagens estão por todo o lado. Os mercadores acumulam e passam. As bolsas, os mercados e os políticos prosseguem a dança. E o povo deixa andar. E o povo aplaude o circo. Gosta de se sacrificar. Gosta de ser escravo.

Estiveram muito mal

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Os condutores habituais da plataforma – vocábulo agora muito em uso – denominada por ‘geringonça’, conduziram muitíssimo mal a (não) transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto, tal como a mesma má condução fizeram em relação à aplicação nefasta das 35 horas para o pessoal do SNS, pois não houve o ingresso de mais pessoal, a fim de suprir o diferencial de menos 5 horas em relação às anteriores 40 horas.
São estes alguns dos erros graves que podem sair muito caro aos infractores do código de bem conduzir um sistema e governar uma nação.
José Amaral 

Ainda sobre Tancos

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Os últimos acontecimentos sobre o roubo havido em Tancos são graves de mais para serem verdade. Mas, se o são, então, o terrorismo também está instalado no seio das FA, como tentáculos acima do normal, se se tiver em conta a patente de um dos alegados prevaricadores.
Que a Justiça seja verdadeiramente cega para quem for considerado criminoso no caso em apreço, pois não se pode incendiar toda a floresta por algo que só a ela ‘chamusca’. Mas que há muitos chamuscados, lá isso parece que há.
José Amaral 

VIVER




Normalmente sou uma pessoa atenta ao que me rodeia.

Às vezes até atenta demais, mas isso é outra história e não vem agora ao caso.
Rostos, olhares, sorrisos e mãos, são os meus alvos preferenciais. Na verdade, por vezes tenho mesmo que ter cuidado para não deixar o outro, o observado, constrangido porque gosto mesmo de observar. Não me anima qualquer espírito voyeurista, fiquem tranquilos/as, mas assumo que as pessoas me fascinam e tenho a profunda convicção que rostos e mãos contam histórias, histórias únicas e irrepetíveis, tão únicas como os seus protagonistas e daí eu não conseguir ter-lhes indiferença.

Na minha profissão, habituei-me a dar tanta importância ao que me dizem, como ao que o corpo e rosto falam - a chamada comunicação não verbal, tão cheia de mensagens lineares ou encriptadas que aquelas pessoas que comigo se cruzam, me transmitem, tantas vezes sem se aperceberem que o fazem.

Cedo na minha vida adoptei a máxima do Ensaio sobre a Cegueira do José Saramago : «Se Podes Olhar, Vê. Se Podes Ver, Repara» e não me arrependo , porque é uma postura que me faz sentido e que faz com que a minha relação com os outros seja assente em base mais consistentes ou, pelo menos mais verdadeiras.

Posso ser ingénua, mas acho que quando estamos com alguém, seja em contexto profissional, pessoal, lúdico ou formal devemos estar a sério, de corpo inteiro. Estar o corpo, mas a cabeça estar noutro lado, é meio caminho para não entendermos a mensagem que nos está a se passado pelo outro. Talvez seja esta uma das razões para tantos mal entendidos na comunicação interpessoal – a pressa, a desatenção, o pouco rigor na analise dos pormenores e as repercussões desse erro, abundam na nossa sociedade.

Mas voltemos ao discurso do verbal e não verbal.

Nem sempre as mensagens são bonitas ou interessantes - na realidade algumas são autênticas farsas e desconstrui-las é uma tarefa árdua, um desafio imenso mas, confesso, fascinante .

Outras vezes, ah outras vezes, é puro prazer descodificar aquele olhar, aquele brilhozinho subtil que enche a sala, aquele sorriso de boca inteira que contagia, aquele cruzar de mãos aflito por falar demais.

Com todos os defeitos que o ser humano tenha, e todos temos, muitos, continuo a dedicar-lhe o meu mais precioso tempo e sentir, porque a troca de experiências e formas de sentir, enriquece-me e torna-me uma pessoa mais completa. 

Muitas vezes, termino o dia exausta e profundamente perturbada pela intensidade das experiências, mas depois descansar a Alma e de ser capaz de separar o trigo do joio, o enriquecimento é inevitável, porque sempre existe aprendizagem e lição tirada do que se viveu.

E no fim de cada dia, sempre dou graças por ter tido mais uma oportunidade de me cruzar com gente, feia ou bonita, é irrelevante  ( e estou a falar da beleza que se sente, não da que se vê ) e reitero a minha estranha mania de ter fé na vida, logo , na humanidade.

Há muita gente que nos rodeia e não presta, é verdade, mas agindo desta forma, que se aprende e se treina se quisermos, temos muito mais possibilidades de sermos selectivas nas nossas escolhas e tornar assim muito mais gratificantes as relações em que vale a pena investir.

Tenham um bom dia meus / minhas amigos/as.
Beijinho da  ©Graça Costa   


De professora terá pouco...


A fulana deve ter sido muito “burra” na idade dos miúdos que, ao longo de sete anos, como professora numa escola de Barcelos  foi agredindo e, por isso, deve ter levado muitas reguadas no lombo; de facto, só isso explicará o seu comportamento, vingando-se nas crianças que não satisfaziam as suas exigências de aprendizagem.

Foi agora condenada a cinco anos de prisão mas com pena suspensa, embora proibida de exercer funções públicas durante três anos; todavia, pelas sevícias que no JN se enumeram esta pena, mesmo com a indemnização de 14 mil euros às crianças, parece-me muito leve.

Como esta “torturadora” já tem 58 anos e não sendo de crer que só há pouco enveredou pela crueldade com as crianças, significará que passou toda a sua carreira a fazer mal; estará prestes a jubilar-se mas se, entretanto, tiver de voltar ao serviço, cumprida a pena, ponham-na a vigiar cabras nas matas do Estado...


Amândio G. Martins

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Haja justiça célere e decisória

Para o cidadão comum
ávido de justiça cega e
 equilibrada, o que interessa
é que seja célere e decisória.
E não a favor dos poderosos,
donde se diz e bem que há duas
justiças: uma para o rico e outra
para o pobre… A senhora
ex-Procuradora Geral da
República concluiu algum dos
processos que roubaram,
violentamente, o Povo português?
Não! Oliveira Costa, Loureiro,
Salgado, Sócrates e quejandos
continuam a andar por aí à nossa
custa! Ah!, e ainda houve o processo 
dos submarinos, que condenou a prisão
efectiva a corrupção na Alemanha e Grécia,
e em Portugal, ingloriamente, o processo
foi arquivado… A actual senhora
Procuradora pode reabri-lo?

         Vítor Colaço Santos 

Valha-nos Santa Engrácia

João César das Neves, professor catedrático, afirmou: "subir o salário mínimo vai ser mau para os pobres".
Os pobres agradecem ao Senhor Doutor a preocupação, e já há quem sugira: e que tal descê-lo?

CANTAR A MULHER E AMAR A SABEDORIA

Segundo Lucrécio, o homem é dominado pela avidez de poder e de lucro. Conseguir ouro para ganhar poder; poder para aumentar o ouro; ouro para comprar consciências de homens e abraços de mulheres. Só duas coisas são dignas de ocupar o espírito: o conhecimento da realidade e o amor pela mulher. De facto, dedicar a vida à filosofia e ao amor parece-nos a resposta mais digna, ainda mais num mundo como o de hoje, marcado pela competição cega, pela lei do mais apto e do mais forte, pelo culto do dinheiro e do mercado. Amar a sabedoria e conhecer, conhecer cada vez mais, eis uma forma de potencializar as nossas capacidades ao máximo. Cantar a mulher e amá-la como a uma deusa, eis o desígnio dos grandes poetas.

Licenciaturas, mestrados e... afins.

Num tempo em que a "doença" dos curricula falsificados prolifera, aparece, hoje, a notícia de que ministro Manuel Heitor ( dando o dito pelo não dito?) não aceita equivalências entre as licenciaturas anteriores a Bolonha e os mestrados posteriores à mesma. Na prática nada parece haver de mal pois as antigas licenciaturas duravam, em média, cinco anos, que é o mesmo tempo do somatório entre as actuais e o mestrado. Porque será então? Não sei responder mas tudo me faz pensar em "bloqueios e contra-bloqueios" político-administrativos cujo desígnio me escapa(?...). Uns, "vígaros", tudo fazem para terem uma coisa que não têm, outros querem novas designações para aquilo que já tinham, outros "tapam" os últimos e deixam escapar os primeiros... aqui há coisa "feia", segundo me me diz o meu "nariz". Será porque as palavras valem mais que os factos, tendo estes conteúdo e aquelas tê-lo-ão ou não?

Fernando Cardoso Rodrigues

Há ou não especulação imobiliária?

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Foi este o título do programa televisivo ‘prós e contras’ de 24/9. Todavia, o que nele foi dito foi como vermos o comportamento de um ‘tolo no meio da ponte’.
Chegou-se à conclusão de que há muitas bolhas imobiliárias; diversas almofadas armadilhadas; grande parte de muitas famílias lixadas; que existe um investimento externo que é bem-vindo e outro cheio de malefícios. Que o mercado imobiliário está demasiadamente descontrolado e altamente selvagem. Que é o ‘salve-se quem puder’. Que os centros históricos de Lisboa e do Porto se transformaram numa constante passadeira de babel. Que os ‘saloios’ e os ‘parolos’, que neles nasceram, foram enxotados porta fora.
Resumindo: - não existindo leis de base para a política de habitação e quando em casa ‘não há pão’, todos os naturais ralham e ninguém tem razão. E quem se lixa sempre? O mexilhão=povão!
José Amaral 

Ao “Deus-dará”...


Dos carregamentos de refugiados que constantemente chegam ao Sul da Europa, com o declarado objectivo de, a paritr daqui, poderem aceder aos países do Centro e Norte, além da Inglaterra, constam grande número de menores separados dos pais, uns porque são órfãos e outros recambiados pelos familiares à aventura.


E são aos milhares, que depois vagueiam pelas ruas sem rumo, porque os serviços de acolhimento dos países procurados já não têm capacidade, recolhendo-se à noite, muitas vezes, em instalações precárias das forças policiais, onde pernoitam empilhados pelo chão; estes menores precisam de acompanhamento e escolaridade para poderem ser integrados nas sociedades aonde chegam,  mas a Direita trepa pelas paredes sempre que ouve falar em dar-lhes boas condições, pois temem aquilo a que chamam “efeito chamada”, significando que se constar que não lhes falta nada vão chegar cada vez mais.

Dos voluntários que percorrem o mediterrâneo a vigiar, recolher e transportar em segurança não se pode esperar outra coisa que não seja isso e descarregá-los em porto seguro, mas não há depois uma saída digna e muitos desses menores sem família, que só em espanha, nos últimos dois anos, rondaram os 5 mil, desaparecem sem deixar qualquer pista, temendo-se que tenham sido levados por um sinistro caminho...


Amândio G. Martins

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Salário minimíssimo nacional

O ministro do Trabalho e dos
patrões, o patrão do patronato,
o ex-operário, António Saraiva 
e a UGT dita sindical, cozinharam
e acordaram um irrisório salário
minimíssimo nacional de 580 euros.
Todos estes, deviam sobreviver com ele!
Agora, o ministro diz que só se
compromete para 2019,  com um valor
de 600 euros (!). Mais uma vez, o
desgoverno é uma negação na área
laboral, rasgando o acordo com
o BE e PCP,  que obriga a uma subida,
no SMN de 5% ao ano. O PS, não é carne
nem peixe nem arenque vermelho.
É apenas uma contrafação do socialismo,
do qual se auto-reclama abusivamente…

      Vítor Colaço Santos
Romantismo e o Contrário

A melhor fase da vida é, sem dúvida, a do namoro. Aquele nervosismo expectante que provoca uma sensação de ligeira dor de barriga, é sublime. Será que é hoje, que vou tê-la nos meus braços? Será que vou desiludi-la? Ai, não vou dizer isso. É baboseira. Ou não?
Enquanto dura, é bom demais. Depois vem o ato consumado, a intimidade  e o casamento. E lá se vai o romance. A partir daí, vale tudo.
Já me passou aqui pelo ecrã uma máxima dum pensador que diz: " o casamento é a instituição mais estúpida que existe".

Não me canso de ver e rever as cenas mais marcantes de "Prova de Vida", protagonizadas por Russell Crowe e Meg Ryan. As imagens mais íntimas, sugerem que não chegaram a "vias de facto". É isso mesmo: o romance é bom enquanto dura.

O problema já vem desde há muito, muito tempo. Foi quando um tal de Adão, se pôs a comer maçãs, em vez de se atirar a umas pataniscas do Neca Magalhães, ou a um arroz de sarrabulho do Manuel Padeiro, ou mesmo a um cabritinho de Armamar. Que murcon!

José Valdigem

Os vários escalões da pobreza...


Todos sabemos que, relativamente à população mundial, há uns quantos muito ricos que abocanham quase tudo, há milhões de remediados que vão vivendo sem grandes sobressaltos, há os pobres que sobrevivem a contar os tostões com “o credo na boca” e a imensa multidão de miseráveis.

Da habitual coluna do prof. Ricardo Reis no “Dinheiro Vivo” trancrevo o último parágrafo:
”O desempenho da economia portuguesa nos últimos 25 anos foi medíocre. No mundo  ocidental, o salário mediano estagnou. Concentrados no nosso umbigo, falamos de crise económica a toda a hora. Mas, como discursou nesta semana o presidente do  Banco Mundial, JimYong Kim, “nos últimos 25  anos, mais de mil milhões de pessoas escaparam à pobreza extrema e a taxa de pobreza no mundo é hoje mais baixa do que alguma vez na história. Esta é uma das maiores conquistas do nosso tempo”. Pense nisto quando ouvir o próximo populista decretar o fracasso do capitalismo – acrescenta Ricardo Reis.

O que eu entendo disto é que, para esta gente bem paga, o capitalismo é o melhor sistema político-económico para que muitos milhões de seres humanos continuem a vegetar pelo mundo; que para as classes dominantes, de cada vez que alguém deixa de ter que pocurar comida nos seus caixotes do lixo, porque já dispõe de meios para uma refeição diária, já é uma das maiores conquistas do nosso tempo...


Amândio G. Martins


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O juiz colunista


Quando li, e fi-lo várias vezes, os textos de Manuel Ramos Soares a que o Público deu guarida – e bem, na altura – nas suas páginas, longe me ia do pensamento que o seu autor pudesse praticar certos actos que me deixam revoltado. Pensava mesmo que a sua índole e formação seriam sempre contrárias ao que agora sou levado a concluir. Há bem pouco tempo, titulou assim um dos seus textos: “O que é imoral não pode estar certo”. Arrepia pensar que a administração da justiça possa estar nas mãos de quem pensa e sente como este co-autor de mais um repugnante acórdão da Relação do Porto. Conforta-o, certamente, o apoio da Associação Sindical dos Juízes, da qual, curiosamente, Manuel Soares é presidente.

O Público já lhe deu setas vermelhas, e, mais uma vez, fez muito bem. Mas andou tempo demais a convencer-nos de que o homem era digno de passar a sua mensagem. E, afinal, parece que não é.

Sexo explícito

As imagens da polémica exposição em Serralves que estão a dar que falar

Soubemos que o director artístico da Casa de Serralves – João Ribas – demitiu-se por alegadamente ter sido desautorizado pela sua administração, por esta não autorizar ao público de menor idade a amostragem de algumas fotos ‘artísticas’ de sexo explícito contidas na exposição fotográfica de Robert Mapplethorpe.
Se nos dias de hoje o sexo nunca foi tão explorado como agora tem sido, tão ‘profilática’ exposição de arribas sexuais já não surpreende ninguém.
Por isso, hoje em dia já ninguém se escandaliza se o ‘rei vai nu’ ou o séquito inteiro assim vai, porque a ‘corte’ actual anda completamente nua de valores – dizendo uma coisa e fazendo outra -, tal como nua está de qualquer senso comum, ou até mais nua do que quando veio ao mundo. Assim sendo, não existem parras suficientes que tapem tanto vicioso desvario colectivo.
José Amaral 

O sistema de saúde ADSE

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Segundo foi noticiado, o sistema de saúde ADSE foi empurrado para os braços do SNS, porque o sector privado da Saúde não concede ao primeiro mais crédito. Isto é, o SNS – a maior conquista do 25 de Abril – é o guarda-chuva que dá abrigo a todos sem excepção, não visando essencialmente o lucro, mas principalmente o bem-estar dos seus pacientes – sejam pobres ou ricos -, o que não se verifica com o sector privado, que visa o lucro e quase nada mais.
José Amaral 

O desanuviamento

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O desanuviamento entre o Vaticano e a China, no que concerne ao mundo cristão e o poder instalado em Pequim, parece ir no bom caminho, depois de setenta anos de candeias às avessas.
Que os preceitos mais elementares preconizados por Jesus sejam a ponte espiritual e comportamental entre todos os povos da Terra.
José Amaral 

domingo, 23 de setembro de 2018

Ainda os juízes

Há poucos dias , envolvi-me, aqui no blogue, numa troca de opiniões com o José Valdigem e o José Rodrigues sobre os juízes, sob um texto do Amândio Martins acerca dos mesmos. Como não tenho perfil generalizador nem justicialista, "defendi" aqueles magistrados de algumas opiniões em que, na minha visão, se tomava o todo por algumas partes. Partes essa que eram os juízes Neto de Moura, um outro violento e chantagista com a esposa e ainda um (uns) terceiro (s) que o José Rodrigues não identificou ( nem tinha que o fazer). Querendo continuar a pensar como penso, tive um infeliz contratempo, através de mais uma sentença nojenta sobre uma violação castigada com... pena  suspensa e argumentação justificativa tacanha. mas , não chegando isto, o apoio Associação sindical dos Juízes, pala vosz do seu presidente, Manuel Soares.
E aqui a coisa é mesmo muito grave pois o tal "espírito corporativo" que eu também verbero, ultrapassa em muito área do seu desempenho para fazer justiça estúpida e malévola! Senhores juízes, ter uma associação sindical num orgão de poder estatal ( por muito que nos digam, num jogo de palavras, que esse orgão são os Tribunais...) já é mau, agora pô-la a falar em defesa de argumentações disparatadas jurídicas, não!

Fernando Cardoso Rodrigues

Que evolução...


É suposto sermos a mais evoluída das espécies; tão inteligentes que já nem sabemos que fazer à vida, dependentes de todo o tipo de estimulantes e desprezando a Terra, que é nossa mãe e nos sustenta.

Aqueles de nós que vivem e trabalham nos grandes centros urbanos anseiam por um estatuto que lhes permita dispor de mais tempo livre para poder viver uma vida que valha a pena, em ambientes mais calmos e onde possam desfrutar da natureza.

Só que depois vêmo-los a percorrer o país em autocaravanas com toda a parafernália que tinham em casa, até com antenas parabólicas em cima, escravos da tecnologia que lhes garanta o habitual estilo de vida sedentária.

E o cartoon de Marco Mendes no JN de hoje, sábado 22, com o título “evolução”, é bem elucidativo, mostrando em quatro “fotogramas” o homem desde a fase quadrúpede até aos dias de hoje, esbarrando-se num poste a olhar o telemóvel...


Amândio G. Martins



sábado, 22 de setembro de 2018

Alojamento de estudantes e Oeiras



No meio desta especulação imobiliária que tarda a entrar nos eixos a comunicação social está a detalhar os problemas com que os estudantes – principalmente do ensino superior - se estão a confrontar para encontrar alojamento a preços acessíveis.

Ao ler o último Jornal Costa do Sol tomei conhecimento das declarações do Presidente da Câmara Municipal de Oeiras num encontro nos Jardins do Palácio Marquês de Pombal que afirmou: a educação “é nossa grande prioridade para os próximos anos” e acrescentou que o Município de Oeiras “irá garantir, de forma única como nunca aconteceu neste concelho e provavelmente neste País”… neste País (!) e detalha o programa informando que a Câmara vai investir mais de 13 milhões de euros na requalificação das escolas do concelho. Esta entrevista deve ser entendida como uma verdadeira preocupação do Executivo na melhoria da Educação dos nossos jovens.

E lembrei-me que sem alojamento a preços acessível está dificultado o acesso à continuação da educação e talvez Oeiras pudesse contribuir para ajudar no problema do alojamento de estudantes que procuram Lisboa para estudar pois as perspectivas do programa apresentado pelo Autarca saltam mesmo as fronteiras deste Município.

Agora um parêntesis – lembram-se há mais de cinquenta anos do grande pólo estudantil que havia no Jardim de Algés, no Ribamar? Quantos jovens passaram por esta “sala de estudo”? Foram mais tarde professores, engenheiros, médicos que neste espaço passaram muitas horas da sua mocidade a estudar e hoje são avós espalhados pelo nosso País.

Esta vila de Algés – tão perto de pólos Universitários da Capital – para começarmos a ajudar a resolver este tão grande problema porque não disponibilizar a Escola Sofia de Carvalho que já teve um projecto para acolher jovens com problemas com a “ajuda” até de Luis Figo e que acabou por ter de ser abandonado, porque não uma intervenção rápida que possibilite transformá-la em alojamento estudantil a preços compatíveis com as bolsas dos estudantes?

Aqui nesta Vila com alguma facilidade de transportes para Lisboa há entidades oficiais que dispõem de alguns espaços que continuam sem ser utilizados. Porque é que a Câmara Municipal, com engenho e arte, não os transforma em alojamentos estudantil e salta para a comunicação social como um Município exemplar incentivando outras entidades a seguir o exemplo?

Certamente que os Serviços deste Município dispõem de levantamento dos edifícios que não estão a ser utilizados – como o r/c da Av. dos Combatentes ou a vivenda 14 da Santa Casa – e que continuam a degradar-se sem uma utilização e esta indiferença quase se está a transformar em crime face a esta falta de apoio a jovens estudantes. Utilizando uma linguagem moderna: BORA lá Oeiras vamos ajudar a alojar os jovens do nosso País! 

Maria Clotilde Moreira

Jornal Costa do Sol - 19.09.2018