Estamos na Europa, de pés e mãos
atados à União Europeia e ao Euro. Somos parte integrante ao mais alto nível
dessa União, dado que perdemos o próprio controlo monetário, e dela dependemos
para resolver os problemas económicos e financeiros do nosso país e temos de
seguir as suas directivas afectas a todos os seus membros. Numa palavra,
perdemos muito da nossa independência.
Se a perdemos por agregação,
também os nossos parceiros devam estar englobados nos nossos êxitos e desaires,
e nós, concomitantemente, nos deles. As dívidas dos países que compõem a UE,
não são apenas deles, são também da própria União. Os parceiros europeus têm de
pensar e resolver os problemas em conjunto, porque os problemas de um, a todos
pertencem, porque cada um é parte integrante desse todo.
Mas o pensar grande só é possível
em homens de grande carácter e íntegros e, infelizmente, numa grande parte das
equipas que orientam os destinos dos povos europeus há pouca gente de alta
craveira.
Lamento quando pessoas com
responsabilidades nos mais diversos sectores, alardeando uma falta de
humanidade e até de civismo, vêm aos órgãos de comunicação social propagandear
que nós não somos a Grécia, menosprezando tal povo, ou que nada temos a ver com
a Irlanda, a Islândia, Malta, Chipre ou, nas entrelinhas, que estamos melhores
que a Espanha que tem 25% de desemprego. Isto é lamentável, e diz da indigência
cultural e intelectual de certos comentadores encartados e da sua falta de
respeito pelos cidadãos nossos parceiros. Não admira assim que os outros nos
tratem com igual acrimónia, em especial, os que não atravessam fases críticas.
A União Europeia tem de
aprofundar as causas da situação crítica que alguns países que a compõem
atravessam, e tem de o fazer urgentemente, porque nalgumas situações, tal como
Portugal, o povo não aguenta mais esta política de cortes nos rendimentos
familiares e isso pode ser perigoso e até trágico. A União tem de fazer a sua
“mea culpa”, porque não acompanhou devidamente, como lhe pertencia, os
subsídios que fomentaram muitas obras inúteis, e que obrigaram a um
endividamento parcial dos subsidiados, indirectamente, nos grandes bancos
europeus. Prometeram o Paraíso e em vez disso, passados os anos, temos de pagar
o Inferno, cuja factura é esta dívida infernal.
Joaquim Carreira
Tapadinhas (Montijo)
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