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Não precisava de escrever remente! A letra, as colcheias, as semicolcheias e as claves que desenhou estavam no lugar onde normalmente vem a identificação do remente.
Guardei-a. Não quis lê-la assim de qualquer maneira, de pé como se lê coisas que não interessam e são uma obrigação e uma chatice. Guardei-a para ler num melhor momento. O momento mais adequado, o certo, para se ler a carta de uma amiga. Não é todos os dias que se recebe uma carta manuscrita. Quando recebeu a última carta com a caligrafia mais ou menos bonita dos seus amigos?
A nossa amizade já tem mais de trinta anos e neste intervalo tem havido bastantes cartas, embora cada vez menos (sms, emails, telefone, facebook).
Que bonito papel e envelope de carta!
"Porto, 13 de Outubro de 2013... Antes de mais, muito obrigada pela tua carta! Não imaginas o bem que me soube a surpresa! Recordar velhos tempos das trocas das nossas cartas..." - escrevia no início. Estava radiante pela corrida no Porto que fizera no dia anterior!
"Cortar a meta foi fantástico! Demorei bastante a fazer o percurso... mas não desisti. Esta sensação fantástica de ser capaz, de conseguir, de me surpreender, é mesmo muito boa. Quero continuar a correr!"
(Público, 22-10-2013)
Nada sei da tua amiga nem da vossa amizade.
ResponderEliminarSei sim que uma carta manuscrita tem calor humano, tem sentimento,cheiro e por vezes a marca de uma lágrima.
E que bpnito teres escolhido um momento adequado para a sua leitura.