sábado, 5 de outubro de 2013

Encalacração nacional



 Aflorando este assunto de encalacração nacional muito ao de leve, portanto ‘pela rama’, apenas poderei dizer que já lá vai o tempo em que o dinheiro em circulação tinha o seu equivalente em gramas de ouro.
Portanto, quando o Banco de Portugal afirmava ‘pagar ao portador cem escudos’, o escudo moeda assentava nas reservas de ouro tidas à sua guarda.
Hoje em dia, criamos dinheiro a partir do nada, isto é, ele (dinheiro) vai brotando a partir da dívida, a partir de quase nada de nada.
E, quando depositamos dinheiro num banco, esse mesmo banco é obrigado a conservar em seus cofres apenas uma parte do mesmo dinheiro que lhe foi entregue em confiança.
Assim, essa instituição financeira disporá como quiser da parte restante, que é o maior quinhão.
Esse rácio ou coeficiente, hoje fixado pelo Banco Central Europeu, é de apenas 2%, pelo que os restantes 98% são uma enorme margem de manobra financeira, a qual, entregue a maus banqueiros, poderá levar à bancarrota seja quem for, até à escravidão de povos e nações.
E mais roda livre é o coeficiente para os depósitos a prazo a mais de dois anos, que é só e apenas de 0% de cativação.
Por esta pequena abordagem se constata que os banqueiros e toda a alta finança (bem como os maus políticos e piores governantes), um pouco por todo o mundo, tiveram toda a liberdade e todo o tempo para enviarem o nosso dinheiro para os seus queridos paraísos fiscais e, por contrapartida, criaram ‘dinheiro’ a partir do nada, rebentando com muitos depositantes que neles confiaram, bem como afundaram as nações com economias mais frágeis.

José Amaral

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