No início dos anos
setenta, do século passado, na Universidade de Harvard, desenvolveu-se uma obra
de referência, no campo das ideias políticas, que reacendeu o debate em torno
delas. Essa obra intitula-se: Uma Teoria
da Justiça. Nela, John Rawls, enaltece que as sociedades humanas
caracterizam-se tanto pela harmonia como pelo conflito. Harmonia, porque os
seres humanos desejam a paz e repudiam a guerra, e ainda, porque tiram proveito
vivendo juntos e cooperando uns com os outros. E conflito, porque a cada um
deles interessa avidamente aglutinar os frutos da colaboração social tão
amplamente quanto possível.
A
nossa sociedade de harmoniosa tem muito pouco, contudo, em conflitualidade, os
exemplos multiplicam-se. As elites parasitárias, perdidas num materialismo
desenfreado, olvidaram-se de actualizar as riquezas espirituais. Com a
agravante de que anestesiadas de tanta euforia, não se lembraram que a
democracia não é um regime estático. Pelo contrário, é um regime inacabado, que
requer constante restauração e rejuvenescimento. Para “acrescentar valor”,
permitam-me que use uma linguagem tecnológica, precisa de uns upgrades, nas mais diversas áreas, para não ficar obsoleta.
Acresce o facto de
nunca termos tido uma verdadeira consciência supranacional, critica aliás, que
pode ser direccionada também às elites políticas da (Des)união Europeia. Que ou
inverte drasticamente o rumo, ou estará condenada à desagregação…
Por
isso, o tempo urge, reclamando a necessidade, que renasça uma sociedade mais
justa e mais humana, para resistirmos de forma mais preparada à perigosidade
que se alastra. Só dessa forma, será possível projectar Portugal na senda do
progresso e do desenvolvimento, não só ao nível das riquezas materiais, mas,
principalmente ao nível das espirituais. Para que deixe de ser uma miragem, o
desejo de poder viver numa outra sociedade, onde não exista tanta desigualdade,
tanta injustiça e tanta corrupção.
Nuno
Abreu
A escola prepara o cidadão para o conflito (competição) e a sua actuação social, logo que se liberta, é no sentido de ultrapassar todos os obstáculos, incluindo colegas concorrentes, para se realizar. Há prémios para os que têm melhores classificações e isso é correcto, porque premeia o esforço a as capacidades. Contudo, não há destaque para as acções de camaradagem, antes pelo contrário, se na aula estiveres a explicar algo a um colega és castigado. Assim, temos de mudar as finalidades do sistema de educação se queremos pessoas mais fraternas, que possam construir um espaço de amor ao próximo e viver num mundo melhor. Gostei do artigo. Parabéns!
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