Muitos dos que já por cá
andamos tem décadas, e que nos anos 60/70 do seculo passado – e antes – vimos
fome, sentimos pobreza à nossa volta, maus cuidados de saúde, existência de
muito poucas reformas/pensões e as que existiam eram pagas durante pouco tempo,
dado as pessoas morrerem rapidamente, estamos a ver tudo regressar, voltar
atras e rapidamente.
Este nosso país sempre
teve altos e baixos, sempre teve maus e bons tempos, e más governações e nunca
aprendeu com a história, nem com a memória. Esqueceu!
Todos somos peritos em
olhar em frente, pensando que não houve passado.
Claro que a vida faz-se
no presente, virados para o futuro, mas, antes, aconteceram tantas coisas, boas
e más. Quantos se lembrarão que se alguém ficasse gravemente doente em casa era
tremendamente difícil conseguir uma ambulância para o transportar ao hospital.
A não ser que fosse rico! Quantas vezes se usou o esquema de colocar o
moribundo na rua, e dando o aspeto de acidente ou queda na rua, mais fácil
seria vir uma ambulância.
Quantos nos lembramos de
apanhar uma valente molha – andava-se muito a pé ,com chuva ou sol – e ter que
secar os sapatos, dado outros não ter para usar no dia imediato de manha. E até
calças!
Bem, quem se não lembra ou
quem não imagina que “isto” por cá aconteceu, tem “isto” tudo à porta, que vai
sendo aberta até ficar totalmente escancarada e tudo regressar.
Será mau, muito mau!
Mas por outro lado,
quantos nos lembramos que haviam poucos presidentes disto, daquilo daqueloutro,
diretores gerais, adjuntos de tudo e de nada, e que os poucos que havia não
tinham que ter automóvel, motorista, mordomias e mais mordomias, para além do
vencimento.
Quantos se lembram que se
poupava em gasolina e no uso do automóvel ao tostão. Fosse nosso ou emprestado!
Quantos se lembram que
não se deixava em casa, nem em qualquer outro local luzes acesas em locais que
não estivéssemos a ocupar.
Quem não se lembra ou não
viveu “isto”, vai ter “isto” cá em breve.
É que “isto”, estas
ultimas linhas, até nem é nada mau, ao contrário das primeiras aqui descritas.
Mas, poder ser que
tenhamos em força , também com o muito mau ter que aguentar, e vai retornar a
penúria dos anos 50/60 do seculo passado.
Demos um salto grande
demais para a perna em muito pouco tempo e sem consistência. Esperemos não
ficar muito, muito mal! Outra vez!!!! Mas…..|
Augusto Küttner de
Magalhães
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