Só nos primeiros seis meses
deste ano verificaram-se quase menos 4 mil nascimentos do que em igual período
do ano anterior. Portugal arrisca-se a ter em 2013 um número total de
nascimentos inferior a 85 mil, o que aconteceria pela primeira vez desde que há
registos censitários. Todos conhecemos a causa principal que explica este
fenómeno: a grave crise financeira que atinge a grande maioria das famílias
portuguesas.
Mas
seria bom que se reflectisse um pouco sobre o impacto que uma tão reduzida
natalidade poderá ter num futuro muito próximo. Com uma esperança média de vida
com tendência para aumentar e um crescente desequilíbrio entre população jovem
(a futura população activa) e a população mais idosa (dependente das reformas e
pensões), é a própria sustentabilidade do sistema de Segurança Social que é
posta em causa. Já nos bastava termos o "galardão" de sermos um dos
países mais envelhecidos do mundo! E com a crescente emigração, arriscamos-nos
a "construir" um país com uma estrutura etária invertida, com graves
consequências aos níveis da falta de empreendedorismo e da incapacidade para
sustentar uma população crescentemente idosa.
Mais
do que paliativos do género "cheque-bebé", interessa legislar no
sentido de proteger, dos pontos de vistas laboral e social, as famílias que se
decidem por ter filhos... Doutra forma, caminharemos para um país que definha a
olhos vistos!
Pedro Peixoto
in Público, 28 de Setembro de 2013
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