O Sul, deixar a Eurolândia
Parece inacreditável, mas depois de um deslumbramento que foi a moeda
única, o Euro, na Eurolândia, hoje, tudo soa e sabe a pesadelo.
Claro que sem mais, deixar o Euro, trará ainda mais complicações. Como
sobreviver ao “dia seguinte”? Mas permanecer num Euro que tem um valor elevado
para a Alemanha e Áustria, e outro, muito mais baixo para Portugal, Grécia,
Chipre, Espanha, Itália e por aí adiante, não “dá futuro”!
Se calhar para a Alemanha, Áustria e talvez Holanda e mais uns a Norte,
seria um alívio livrarem-se desta “canalhada” do Sul, e parte central da
Europa. Se calhar todo o projecto da Desunião Europeia deve ser revisitado e
anulado. Com tudo o que por arrasto possa vir a acontecer, mas manter-se este
jogo do Norte forte endinheirado cobra o fraco Sul pedinte, tudo supostamente
no mesmo espaço, não dá. E estamos a senti-lo!
Os do Norte estão a fazer tudo para se ligarem, isoladamente, ao exterior
da Europa – em espacial e especial à China – e tal implica subjugar e rebaixar
os incapazes do Sul, a qualquer preço.
A questão da saída do Sul, do Euro, e possível desmembramento da Desunião
Europeia, é algo a ter que ser encarado já e frontalmente. Se fizermos de
conta, a Soberana Alemanha vai-nos empobrecendo e subjugando até ficarmos a
baixo do nível de água.
Claro que “a” Sul – Portugal, Grécia, aqui a Irlanda também encaixa,
Espanha, Itália, Chipre, e mais aí virão – terá que haver uma postura diferente
da tida até 2011, e ainda mantida.
Todos os políticos de serviço nestas duas últimas décadas, devem – todos,
todos, - de uma assentada e rapidinho sair de cena.
A governabilidade a Sul só será conseguida com gente nova, refrescada, não
comprometida com a anterior e que vai fazer política sem ser para ter Poder
pelo Poder e eternizar-se no Poder. Por vezes, e facilmente o podemos ver,
estar nas Oposições também dá Poder e fica-se por lá! Comodamente!
E o Sul da Europa desligado do Norte que não nos quer, tem que conseguir
fazer ligações correctas e transparentes, talvez em conjunto a: Brasil, China,
Japão, EUA, Angola, India, Rússia, Turquia, Israel.
E aprendermos, todos, todos a ser: pontuais, cumpridores,
desburocratizados, transparentes, programados. Em tudo sermos e parecermos
diferentes do que temos sido, para melhor, claro. Mas sem a mãozinha afogadora
do Norte Europeu.
Não será necessário recuar ao escudo, lira, peseta, fica muito dispendioso
e não dá jeito. Ficaria um mesmo Euro com um carimbo de segunda, que era do
Sul, e os outros lá do Norte ficariam com o Euro de primeira. Claro que o deles
a valer o que hoje todo vale, e o nosso a valer menos!
E seguirmos a nossa via, mas com políticas e políticos novos. Tudo
diferente, mas mais soberanos.
A divida monstruosa média destes países a Sul, teria que ser reescalonada com
os países com quem manteríamos novas parecerias. O Norte, já era!
Se não pagarmos por não conseguir - as dividas!! - por afogamento pelo
Norte ou se retardarmos mas indo pagando, por soberania e melhor caminho,
nosso, é bem melhor, até para eles!
Augusto Küttner
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