sábado, 19 de outubro de 2013

O Sul, deixar a Eurolândia


O Sul, deixar a Eurolândia

Parece inacreditável, mas depois de um deslumbramento que foi a moeda única, o Euro, na Eurolândia, hoje, tudo soa e sabe a pesadelo.

Claro que sem mais, deixar o Euro, trará ainda mais complicações. Como sobreviver ao “dia seguinte”? Mas permanecer num Euro que tem um valor elevado para a Alemanha e Áustria, e outro, muito mais baixo para Portugal, Grécia, Chipre, Espanha, Itália e por aí adiante, não “dá futuro”!

Se calhar para a Alemanha, Áustria e talvez Holanda e mais uns a Norte, seria um alívio livrarem-se desta “canalhada” do Sul, e parte central da Europa. Se calhar todo o projecto da Desunião Europeia deve ser revisitado e anulado. Com tudo o que por arrasto possa vir a acontecer, mas manter-se este jogo do Norte forte endinheirado cobra o fraco Sul pedinte, tudo supostamente no mesmo espaço, não dá. E estamos a senti-lo!

Os do Norte estão a fazer tudo para se ligarem, isoladamente, ao exterior da Europa – em espacial e especial à China – e tal implica subjugar e rebaixar os incapazes do Sul, a qualquer preço.

A questão da saída do Sul, do Euro, e possível desmembramento da Desunião Europeia, é algo a ter que ser encarado já e frontalmente. Se fizermos de conta, a Soberana Alemanha vai-nos empobrecendo e subjugando até ficarmos a baixo do nível de água.

Claro que “a” Sul – Portugal, Grécia, aqui a Irlanda também encaixa, Espanha, Itália, Chipre, e mais aí virão – terá que haver uma postura diferente da tida até 2011, e ainda mantida.

Todos os políticos de serviço nestas duas últimas décadas, devem – todos, todos, - de uma assentada e rapidinho sair de cena.

A governabilidade a Sul só será conseguida com gente nova, refrescada, não comprometida com a anterior e que vai fazer política sem ser para ter Poder pelo Poder e eternizar-se no Poder. Por vezes, e facilmente o podemos ver, estar nas Oposições também dá Poder e fica-se por lá! Comodamente!

E o Sul da Europa desligado do Norte que não nos quer, tem que conseguir fazer ligações correctas e transparentes, talvez em conjunto a: Brasil, China, Japão, EUA, Angola, India, Rússia, Turquia, Israel.

E aprendermos, todos, todos a ser: pontuais, cumpridores, desburocratizados, transparentes, programados. Em tudo sermos e parecermos diferentes do que temos sido, para melhor, claro. Mas sem a mãozinha afogadora do Norte Europeu.

Não será necessário recuar ao escudo, lira, peseta, fica muito dispendioso e não dá jeito. Ficaria um mesmo Euro com um carimbo de segunda, que era do Sul, e os outros lá do Norte ficariam com o Euro de primeira. Claro que o deles a valer o que hoje todo vale, e o nosso a valer menos!

E seguirmos a nossa via, mas com políticas e políticos novos. Tudo diferente, mas mais soberanos.

A divida monstruosa média destes países a Sul, teria que ser reescalonada com os países com quem manteríamos novas parecerias. O Norte, já era!

Se não pagarmos por não conseguir - as dividas!! - por afogamento pelo Norte ou se retardarmos mas indo pagando, por soberania e melhor caminho, nosso, é bem melhor, até para eles!

Augusto Küttner

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