1 - Numa hipocrisia sem fim, nos últimos dias, tem andado
nas bocas do mundo, pelo pior sentido, a vida íntima de um casal muito
conhecido; a senhora, do meio televisivo; o cavalheiro, do mundo da política.
É que, segundo sabemos através de órgãos da nossa Comunicação
Social, a sua comum vida conjugal terá chegado ao fim, mas eivada de muita
tormenta no fim de tal caminhada a dois.
E, nesse caso, ou em outras situações semelhantes, nenhum
dos intervenientes sai vencedor. Todos perdem.
Mas, os maiores perdedores, são os filhos, quando os há.
Nada, nem ninguém, os irá compensar do que perderam e que
jamais virão a alcançar.
Outros bons e promissores dias poderão surgir no horizonte
das suas vidas, contudo a mácula de uma noite de escuridão profunda permanecerá
para sempre por quem a viveu, sofrendo.
2 – Quando observo, em andamento, uma viatura
descaracterizada, sobretudo com vidros fumados, mais escuros do que o breu, dou
logo comigo a pensar: quem será que vai lá dentro? Será que não quer ser
observado, e porquê? Será um ser impoluto ou será um malfeitor?
Quem será? Eu, não sou!
3 – Numa sociedade cada vez mais predestinada para a sua
própria extinção, as catedrais de consumo, desde que se instalaram na vida de
todos nós, oferecem (vendendo) algum conforto, misturado com muitíssimas coisas
supérfluas e até de completa alienação mental, relegando para as calendas
gregas as então muitíssimo visitadas catedrais de devoção e de culto.
Isto é, por ‘dez réis de mel coado’ as nossas almas foram
sendo paulatinamente hipotecadas pelo demónio, tal como os nossos
desgovernantes pátrios têm feito connosco, delapidando totalmente a ‘pesada
herança’ herdada, a qual foi herculeamente amealhada pelos nossos antepassados
egrégios avós.
José Amaral
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