olho da janela
aquela terra,
que me rodeia.
vejo-a
através da persiana
em gomos intragáveis.
sinto vómitos de tudo
nessa terra
prenhe de
seres-ideias,
que têm lágrimas de
espera.
sinto que choram
em noites quentes
seus sonhos
são monstros de gelo,
que povoam suas vidas
em pedaços de tempo.
olho-os, sentindo
como eles
vómitos de tristeza
e lágrimas de tanta
espera.
nota: mais um poema
dos ‘tempos’ da guerra colonial.
José Amaral
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