quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Livro em Branco - 14 (continuação - pág. 23)


Renovação

 Passos errados d’uma vida ingrata

De difícil porvir, que de nada vale,

Pois sinto que de longe, a longa data

Renasceu como semente o mal.

 
Então, a tristeza vem assim

Tão triste que de mim vai

E mesmo assim não sai

Porque é minha! É de mim!

 
Esperança renasce dia a dia

Crendo na renovação da ilusão;

Um sempre ‘mas’ … um ‘senão’,

Que ressalta e não via

Vem, com gélidas mãos, mortal,

D’uma amargura infinda

Desta vida sem rival.

 
O género humano arrasta

As vestes da desonra e da

Vergonha, através d’uma casta,

Que por mais não tem medida

E não controla a trágica roda;

E justos, que sofrem sem meta

Pelos maus, que vegetam na vida

Há muito, de longa data.

 

Nota: poema feito no começo da segunda metade do século XX

 José Amaral

 

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