quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O que quer o PS?

Depois da mais do que retardada apresentação pública do guião(?) de reforma do Estado, o Governo desafiou o PS para o diálogo. Como sabemos, a resposta socialista foi um contundente “não”, justificando tal decisão com a total oposição a mudanças a operar na actual matriz do Estado social que temos. Terá sido esta a resposta de que o país (interna e externamente) necessita? Penso que não...
Desde já há que perceber que a imagem que passamos para o exterior é a de um país dependente do financiamento externo que não consegue chegar sequer ao diálogo (já não digo ao consenso) sobre o futuro do Estado social. E, como sabemos, o contexto socioeconómico que ergueu o nosso Estado social nada tem que ver com a actual realidade. Se num tempo em que predominava uma pirâmide etária jovem (com muitos jovens e poucos idosos) era sustentável termos um Estado social como o que conhecemos actualmente, o predomínio de uma pirâmide etária invertida (com uma população crescentemente idosa), aliada a uma dívida externa colossal, implica que se façam mudanças nas bases do Estado social em vigor. Isto se quisermos continuar a ter um Estado social...  Recusar esta ideia como faz o PS é negar as evidências, com claro prejuízo da imagem externa do país.
E, internamente, o que podemos dizer desta recusa socialista? A ideia que passa é que o PS apenas aguarda pelo dia em que cheguem as eleições legislativas. Até lá, não se quer comprometer com qualquer tipo de compromisso que implique insatisfação na opinião pública. Onde é que já vimos isto? Na oposição não se falam em cortes e, já instalados no poder, justificam-se com a herança recebida...
E como pode um país avançar e dar uma imagem de credibilidade quando o que comanda muitos dos nossos políticos é a falta de compromisso e a ânsia da espera da queda do actual poder? Vejam o exemplo da Alemanha, onde partidos opostos, a bem do país, se entendem. Por cá, é a politiquice do costume que domina cada dia que passa...
Por Pedro Peixoto                                                                               
in Público, 6 de Novembro de 2013

2 comentários:

  1. Pedro Peixoto muito oportuno e muito verdade tudo o que escreveu.

    abraço

    augusto

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  2. Enviei por favor ao Seguro e ao PS.

    obrigado

    augusto

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