Começo por dizer que nada me move
pessoalmente contra o ministro Machete, por quem até nutro simpatia. Mas a sua
conduta recente, e até mesmo durante todo o seu ainda curto mandato, está
sempre envolta em controvérsia. A mais recente foi a indesculpável "dissertação"
que fez no estrangeiro sobre a situação das nossas finanças públicas, e do
plano de resgate financeiro. Não só foi desajustado falar sobre um valor
concreto de "linha vermelha" para a taxa de juros sobre a dívida
pública a 10 anos, como é inadmissível que fale sobre assuntos para os quais
ninguém lhe poderá reconhecer competência técnica e muito menos institucional.
Entendamo-nos, sobre Finanças falará a ministra da pasta, e ponto final. E
duvido sinceramente, que esta alguma vez viesse, nesta conjuntura, a
pronunciar-se sobre taxas aceitáveis ou inaceitáveis. Mensagens deste tipo só
baralham os mercados e depois não nos admiremos com mais notações negativas das
agências de rating. Os próprios EUA e a França, já sofreram notações negativas
recentes e Portugal que se cuide, se quiser sair do regime de
"protectorado". Agora o caso ainda será muito mais grave, de um ponto
de vista institucional, se o ministro Machete falou por indicação do PM. Então
seria a asneira promovida ao mais alto posto do governo. Se o ministro Machete
"asneirou" sózinho, o PM deveria falar e desautorizá-lo, por muito
que isso seja doloroso. Se nada faz, então o ministro será considerado como um
tonto, que pode dizer o que lhe aprouver, sem ninguém ligar nem tirar consequências.
Tudo isto em suma se pode resumir numa só frase: falta de coordenação política.
Com um PM destes, o PS tem aqui um autêntico "abono de família", para
o poder lhe cair nos braços, "sem saber ler nem escrever", como se
dizia no meu tempo.
(Publicada na íntegra no jornal "Público", na sua edição de 12/11/13)
(Publicada na íntegra no jornal "Público", na sua edição de 12/11/13)
Se, se , se o PS tivesse gente "não instalada" e menos dos mesmos, ganharia eleiçoes já amanhã, amanhã, já, dado que este Governo em agonia desde o priomeiro dia morre ao primeiro abano.....só que falta, ainda, quem o abana.......
ResponderEliminarE com um PR que não existe!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
augusto
Quem estiver atento às manobras políticas que se desenrolam neste país verificará que quem governa não são os mais competentes, mas o que se movimentam à volta dos Partidos, à espera de retirar os maiores proventos dos cargos para si e não para a nação. O actual ministro dos Negócios Estrangeiros, é um homem que estava na prateleira, que devia muito ao sistema, e não se esquivou ao convite de PPC para o cargo, porque, na verdade, num governo sem eira nem beira, só por vaidade se pode aceitar ser ministro. O homem é incompetente, e pertence a uma velha guarda, que muitos idolatram, mas que, na verdade, pouco vale. É o que temos e que levámos 40 anos a construir, mas acertámos.
ResponderEliminarCaros Augusto e Joaquim, não posso concordar mais com ambos. Em boa verdade, como penso que já por aqui escrevi, o sistema desenvolvido nestes 40 anos de "democracia", conseguiu afugentar os melhores, em todos os partidos. A causa pública e o servir, estão fora da ordem do dia. Pudera, com os insultos vindos de todo o lado contra os políticos, aqueles que serão competentes e sérios, recusam ser embrulhados no mesmo embrulho que os incompetentes e corruptos, que os há e muitos, embora logicamente nunca tenham sido todos. Quanto ao Machete e a esta última "diatribe", ainda suspeito que terá havido ali uma encomenda ou "recado" do PPC, quiçá a avisar de uma sua possível saída em caso de azar. Não considero Machete nem incompetente nem tonto, embora se tenha já revelado muito "desajeitado", porque quando foi ministro há quase 30 anos, a política era bem diferente. E a política não é como andar de bicicleta... Abraço aos dois amigos.
ResponderEliminar