Com muita satisfação,
creio que partilhada por todos os participantes, realizou-se ontem o 3º
Encontro dos leitores-escritores de cartas para os jornais. Já conhecia pessoalmente
alguns dos membros “efectivos” deste clube, felizmente sem estatutos (viva a
Liberdade!), conheci mais alguns e ainda me falta encontrar alguns outros com
quem gostaria de partilhar algumas ideias.
O fio condutor da reunião
foi, ao que julgo, cumprido. Não se discutiram todos os temas que nos poderiam
interessar, mas foi patente a preocupação de eleger um interesse comum a todos,
sabendo-se que as inclinações ideológicas dos presentes não são, felizmente,
coincidentes. Uma coisa (não menor) nos une: gostaríamos de mais atenção (e
espaço) daqueles a quem nos dirigimos, os jornais.
Mas as actividades não se
resumiram ao “Plenário”. Houve, como nas cimeiras internacionais, muitas
conversações bilaterais e até, por força da arrumação desarrumada nas mesas do
restaurante, alguns circunlóquios interessantes. Participei num deles, na minha
mesa, sobre um assunto que, pelos vistos, não me aflige só a mim: será legítimo
enviarmos indiscriminadamente para publicação em diversos órgãos de comunicação
social um texto que produzimos?
Nem de propósito, o
Público, na coluna semanal de Paquete de Oliveira – o grande ausente – aborda hoje
o assunto. Se me não levam a mal, e com a devida vénia ao autor, vou trancrever
um excerto do artigo: “… Mais difícil de perceber é a atitude de publicistas
que enviam os seus textos para mais que um jornal, sem aviso prévio, à procura
desenfreada da sua publicação.” Percebe-se a atitude que o director adjunto do
Público, Nuno Pacheco, anuncia para futuro quanto à publicação de textos de
opinião: “… esperará mais tempo e aguardará até termos a garantia de que é
exclusivo nosso.”
Evidentemente, no seio dos
leitores-escritores a que pertenço com muito gosto, cada um fará como entender
e ninguém lhe poderá levar a mal. Mas não queria deixar de repercutir aqui uma
convicção expressa por quem nos merece a máxima das considerações, ainda por
cima acompanhada por quem, nestas coisas, até tem a faca e o queijo na mão.
E até ao 4º Encontro.
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