É lamentável constatar como no nosso País os assuntos que se
prendem com questões éticas tanto ao nível das relações pessoais, como ao nível
dos altos representantes da nação, são sistematicamente secundarizados. Vejam
bem: na “casa” da Democracia, a ética só tem direito a uma subcomissão! Numa
altura em que deveríamos caminhar no sentido de uma maior transparência,
apostando em comportamentos eticamente responsáveis, verificamos o oposto. Pois
aqueles que têm responsabilidades no comando do país descredibilizam ainda mais
a sua “classe”. Os desvarios políticos continuam, aumentam os delitos
económicos e financeiros, a prática de tráfico de influências parece estar
institucionalizada e o abuso de poder é encarado com normalidade… Por ora a
confiança depositada nessa mesma “classe” anda pelas “ruas da amargura”. A
prática política vive momentos sombrios. Mas ninguém parece muito preocupado
com o assunto. Os que se insurgem contra essas práticas são apelidados de “radicais”…
Aliás, este tipo de promiscuidades entre a classe política e os negócios é algo
recorrente na nossa república. Como podem os “ilustres” deputados da nação
defender em simultâneo os interesses públicos e privados? Muitos foram os que
se insurgiram contra estas aberrações ao longo da História, numa luta inglória…
Segundo um inquérito da consultora Ernst & Young sobre “fraude e corrupção” em 38 países mundiais
concluiu-se que somos o quinto país com maiores índices de corrupção, minando
sobremaneira a credibilidade do nosso sistema político e social. Estamos cientes
que o problema da corrupção em Portugal é um problema sistémico ou estrutural. Assim,
entendemos que o caminho a trilhar é árduo, mas acreditamos que uma sociedade
mais transparente, é seguramente uma sociedade mais justa e mais humana. Sem
dúvida, que um passo em frente seria: ter dirigentes exemplares no acto das
suas funções, com experiências de vida significativas… Mas a realidade é outra!
Quando aqueles que deveriam servir a república se servem dela, estamos bem
entregues!
Nuno
Abreu
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